Primeiro africano a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986, o escritor nigeriano Wole Soyinka faz conferência em BH

Autor ainda autografa o livro O leão e a joia

por Carlos Herculano Lopes 13/11/2012 10:24

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 (Pius Utomi Ekpei/AFP-1/3/12)
Wole Soyinka ajuda a promover o Festival de Artes Negras, que será realizado ano que vem em Lagos (foto: (Pius Utomi Ekpei/AFP-1/3/12))
Convidado especial da Noite das Artes, promovida pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte e pelo Instituto de Arte e Cultura Yorubá, o escritor e dramaturgo nigeriano Wole Soyinka faz hoje na capital mineira uma conferência que integra a programação do Mês da Consciência Negra. Será às 19h30, no Teatro Marília. Leia também: Foto em pauta recebe o fotógrafo Valdemir Cunha para bate-papo Cau Gomez lança o livro Pastinha - O menino que virou mestre da capoeira

 

Ricardo Homem abre mostra nesta terça-feira na Galeria de Arte da Cemig Mostra Museu revelado une outra vez o Museu de Arte da Pampulha e a Casa do Baile No decorrer do evento, no qual serão discutidas também a presença negra no mundo e a participação do Brasil no Festival Internacional de Arte Negra, no ano que vem, em Lagos, capital da Nigéria, Soynka vai também autografar O leão e a joia, seu primeiro livro publicado no Brasil pela Editora Geração. Peça escrita no fim dos anos de 1950, quando o escritor vivia em Londres, a trama de O leão e a joia se passa numa remota aldeia nigeriana e tem como protagonistas um professor ainda jovem, que foi educado no sistema europeu, e um chefe tribal local. Encantados por uma das mais belas moças da região, os dois disputam o amor dela. MILITÂNCIA Intelectual combativo dentro fora de seu país, Soyinka foi o primeiro escritor africano a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986. Ele nasceu em Abeokuta, no Oeste nigeriano, em 1934. Filho de família humilde, de origem yorubá, conseguiu entrar para a Universidade de Idaban aos 20 anos, em 1954, graduando-se em literatura inglesa três anos depois, na Universidade de Leeds, na Inglaterra. Depois da formatura, Soyinka conseguiu trabalho no Teatro da Corte Real, em Londres, até que na década de 1960 resolveu voltar a seu país, que havia se tornado independente. Passou então a se dedicar ao estudo da diversificada cultura local. Mas os ventos políticos estavam soprando e em 1967, durante a guerra civil, que matou milhares de pessoas, Soyinka foi preso por se opor ao regime vigente. Na cadeia, Soyinka aproveitou para escrever uma série de poemas. Depois de libertado, foi para os Estados Unidos, onde deu aulas na Universidade de Emory, em Atlanta, sempre aprimorando seus conhecimentos da cultura africana, da qual atualmente é uma das maiores autoridades mundiais. Mas a forte ligação que Soyinka sempre teve com a sua terra o fez voltar novamente à Nigéria, já no início dos anos 1990. Já em 1993, participou de manifestações contra o ditador Sani Abacha e, após sofrer sérias ameaças de morte, teve que deixar novamente o país, ao qual só pôde retornar em 1998, quando da morte de Abacha. Ao longo de sua carreira, Wole Soyinka publicou mais de 20 livros de ficção e diversas peças teatrais. Programação >> 18h30 Cerimônia de abertura, seguida da apresentação do Coral Agbará Vozes da África e da leitura dramática de trecho da peça O leão e a joia, sob direção de Adyr Assumpção >> 19h30 Conferência magna de Wole Soyinka sobre o tema “O Festival de Artes Negras de Lagos 2013 – As cores africanas no Brasil” >> 20h30 Lançamento do livro O leão e a joia, de Wole Soyinka Teatro Marília (Av. Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia). Informações: www.nigeriabrasiz.org, www.pbh.gov.br/cultura e (31) 3277-4682.



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