Com ampla experiência na publicidade, o pintor e desenhista Pinho faz exposição para comemorar os 50 anos de ofício

Abertura será nesta quarta-feira, no Espaço Cultural do EStado de Minas

por Walter Sebastião 17/10/2012 10:42

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Leandro Couri/EM/D.A Press
Art decô é uma das paixões de Pinho, fortemente influenciado pela estética que se transformou em moda na década de 1930 (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Para comemorar seus 50 anos de atividades artísticas e de dedicação à publicidade, Adão Nery Pinho Tavares apresenta exposição de pintura e desenho no Espaço Cultural Estado de Minas. Aos 81 anos, o artista exibe 51 trabalhos inéditos. Criadas desde 1988 e agrupadas em séries, as imagens remetem a diversas exposições de Pinho – estão lá os anos 1930, galos, flores e retratos de mulheres. “Minha arte é alegre, de cores fortes”, resume o autor, que também homenageia pintores que admira, entre eles Picasso, Augusto Rodrigues e Portinari. “Sempre fui mais desenhista que pintor”, explica Pinho. Nascido em Sabinópolis, no Vale do Rio Doce, ele chegou aos 13 anos a Belo Horizonte para estudar. Tinha jeito para desenho e foi incentivado pela professora a desenvolver seu talento. “Tomei gosto e não parei mais”, brinca. Além de ser paixão, o desenho o ajudou quando precisou de trabalho. “Venho dos departamentos de arte das agências. Antigamente, a publicidade era resolvida na prancheta. Não é como hoje, pelo computador”, observa. Essencial nos tempos de jornais em preto e branco, em que fotografias não eram bem impressas, desenhar foi fundamental para o desenvolvimento técnico e artístico de Pinho. “O artista da prancheta tem de ser mais criativo”, garante ele. No começo, o mineiro desenhava com pena e nanquim, depois passou a usar aquarela e ecoline. Só mais tarde ele se dedicou à pintura a óleo. Posteriormente, recorreu à tinta acrílica por causa da secagem mais rápida. O trabalho artístico sempre foi paralelo às atividades como publicitário. “Convivo com arte dia e noite. Para mim, ela é terapia: 50 anos é pouco, pois queria muito mais. Com dedicação, como é o meu caso, dá para fazer muita coisa”, ressalta Pinho. “Quando estou criando, não penso em mais nada: ali só estamos eu e a pintura”. Para ele, o momento mais agradável do ofício é encerrar o trabalho. “Isso traz satisfação e realização. É como fazer um filho”, compara. Arte é produto de muito trabalho e de pesquisa, consome tempo. “A ideia aparece e você tem de fazê-la”, observa, contando que já se levantou da cama, no meio da noite, para fazer esboços. Pinho - 50 anos de arte. Abertura nesta quarta-feira, às 20h, para convidados. Espaço Cultural Estado de Minas, Avenida Getúlio Vargas, 291, térreo, Bairro Funcionários. O público poderá conferir a mostra desta quinta-feira até o dia 27. A galeria funciona diariamente, das 9h às 20h.



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