Duas exposições na Biblioteca Pública Luiz de Bessa reúnem os trabalhos de um escritor e designer gráfico e de um músico

Atuantes em outras áreas, Nerino de Campos e Diego Mendonça que resolveram se aventurar nas artes plásticas

por Sérgio Rodrigo Reis 08/10/2012 09:05

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(Nerino de Campos/Divulgação)
Em suas telas, Nerino de Campos gosta de explorar formas e cores com total liberdade de criação (foto: (Nerino de Campos/Divulgação))
Depois de uma vida dedicada ao design gráfico, com imersões na área literária, o artista Nerino de Campos resolveu, em 2008, se aproximar de vez do universo das artes plásticas. Entrou para a Escola Guignard, da Universidade do Estado de Minas Gerais, e desde então iniciou um processo de pesquisa no campo da pintura e do desenho. O resultado pode ser conferido na exposição que realiza atualmente na Passarela Cultural da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, no Bairro Funcionários. Nerino de Campos tem seu trabalho pautado na liberdade de criação, no sentimento, na cor, na busca do desconhecido e na crítica de valores. Ele inicia o processo sem nada preconcebido. À medida que o trabalho avança, vai juntando cores e formas que brotam de seu inconsciente. “São angústias e alegrias que busco retratar”, esclarece. Ao contrário das outras mostras de que participou, desta vez, resolveu batizar as obras. O resultado o agradou. “Gostei de ver as pessoas comentando as pinturas quando se depararam com nomes como Tudo indica que sim, Auto-análise, Auto-retratos e Falhas confessas”, diz. Feliz com a fase atual, Nerino já tem duas novas exposições prontas: uma delas agendada para o BDMG Cultural, graças a um edital que venceu. A outra ainda está à espera de local e data. “Vou trabalhando”, resume. Aos 65 anos, Nerino dedica-se também à literatura. “Sempre fui artista plástico e gostei de escrever. Vou fazendo tudo junto, mantenho um blog de literatura e um currículo vasto na área.” Depois de viver 20 anos no Rio de Janeiro, foi quando voltou para Belo Horizonte que resolveu se aproximar do meio artístico local.
(Diego Mendonça/Divulgação)
O artista retrata instrumentistas de sua cidade natal, São João del-Rei (foto: (Diego Mendonça/Divulgação))
Figurativo contemporâneo
Diego Mendonça é músico, toca clarinete e cresceu como integrante das bandas de música da sua terra natal, São João del-Rei, no Campo das Vertentes. Participou de bandas centenárias, como a Teodoro de Farias e Ribeiro Bastos. Como desde criança sempre esteve envolvido com a área, vem daí algumas de suas principais referências estéticas. Em 2009, quando participou do Inverno Cultural, festival que acontece todos os anos na cidade, resolveu apresentar um outro lado de sua veia artística: a pintura. Expôs quadros que retratavam os instrumentistas da terra natal. A homenagem agradou. “Vendi tudo e fiquei sem nenhum quadro”, lembra. A experiência motivou Diego a continuar nas artes plásticas. “Comecei a preparar uma nova série, já pensando numa outra exposição”, conta, ao explicar como elaborou a exposição Música em cores, que abre hoje, na Galeria de Arte Paulo Campo Guimarães da Biblioteca Pública Luiz de Bessa. Diego chega à capital com o que chama de “figurativo contemporâneo”. “Este é meu forte”, avisa ele, ainda motivado pelas referências sonoras. As pinturas são inspiradas em situações cotidianas da vida dos instumentistas, algumas reais, como a de um senhor que usa sua bicicleta para carregar o contrabaixo nas procissões religiosas e outras que vai inventando. A carreira como artista plástico tem dado tão certo que levou Diego a deixar um pouco de lado o clarinete. “Graças a Deus não estou dando conta das encomendas”, comemora. Recentemente, o artista, de 30 anos, figurou entre os primeiros colocados de duas premiações: os salões de artes plásticas da Escola Superior de Guerra no Rio de Janeiro e do Forte de Copacabana. Em ambos ficou em terceiro lugar na modalidade figurativa. Ano passado foi convidado a expor no Consulado do Brasil em Nova York. (SRR) Pinturas e Desenhos Até dia 31, no Anexo Professor Francisco Iglesias da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Rua da Bahia, 1.889, 2º andar, Funcionários). De segunda a sexta-feira, das 8h às 20h; e sábado, das 8h às 12h. Informações: (31) 3269-1204. Música em cores Abertura nesta segunda-feira, às 19h, na Galeria de Arte Paulo Campo Guimarães da Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21, Funcionários). Até dia 30, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h; e aos sábados, das 8h às 12h.

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