A história brasileira desde a década de 1930, com todas as suas idas e vindas, serve como pano de fundo para o romance O avesso do avesso, que marca a estreia do jornalista José Eustáquio de Oliveira como ficcionista.
Depois de passar por redações de diversos jornais e revistas como repórter de política e economia, o autor se valeu dessa experiência para contar, num misto de realidade e muita fantasia, a saga de aristocrática família baiana. Produtor de cacau, o clã acaba experimentando a decadência e vem dar com os costados em Minas Gerais.
Oliveira diz que a ideia de escrever o livro, ao qual dedicou quase dois anos de trabalho diário, surgiu a partir de histórias ouvidas num bar da Savassi, em Belo Horizonte, sempre frequentado pela mesma turma.
“As fantasias expostas nessa narrativa avessa podem ser encaradas como mentiras que poderiam ser verdadeiras ou verdades que são mentiras”, teoriza o autor. Seja como for, entre os assíduos frequentadores daquele bar se encontra Paulo Roberto, um dos protagonistas da história. Aos 64 anos e com situação financeira instável, ele enfrenta um drama familiar de difícil solução: a mãe, com quem mora e vive relação de amor e ódio, sofreu acidente vascular cerebral (AVC) e está internada.
Dependente dela, o solitário Paulo Roberto é adotado pelos colegas do bar, principalmente pelo jornalista Martins, para quem pode abrir o coração. A esse amigo paciente o protagonista fala da família e desafaba sobre a mãe, que era artista plástica e socialite famosa na Bahia.
Como todo autor estreante, Oliveira não esconde que está um pouco apreensivo quanto à receptividade de seu romance de estreia. Mas de uma coisa ele tem certeza: está feliz em tê-lo escrito. “Se os leitores gostarem, então, minha alegria será maior ainda”, conclui.
O AVESSO DO AVESSO
De José Eustáquio de Oliveira.Editora Vega, 315 páginas, R$ 35. Lançamento nesta terça-feira, a partir das 18h30, na Livraria Mineiriana (Rua Paraíba, 1.419, Savassi). Informações: (31) 3223-8092.