Livro desvenda revoltas populares que marcaram história de Minas para além da Inconfidência

Vassalos rebeldes é obra essencial para compreensão dos fatos históricos que agitaram mineiros desde o século 18

05/09/2012 09:00

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(foto: Reprodução)
O mito do mineirinho pacato e ordeiro está na contramão da história. Quem duvida pode ler Vassalos rebeldes, de Carla Anastasia, que será autografado nesta quarta-feira, 5, das 19h às 21h, na Livraria Mineiriana (Rua Paraíba, 1.419, Savassi). Lançado em 1998 e esgotado há tempos, o livro joga luz sobre revoltas ocorridas na primeira metade do século 18 na capitania de Minas Gerais.

 

A Inconfidência levou a fama, mas antes dela motins agitaram Catas Altas, Pitangui, a região da barra do Rio das Velhas, o sertão do Rio São Francisco e as cercanias de Sapucaí, no Sul do estado. Em 1720, Vila Rica foi palco de rumorosa sedição, que culminou na execução de Filipe dos Santos. Até hoje pode-se ver, no Morro da Queimada, ruínas que lembram o imenso incêndio ordenado pelo conde de Assumar. Ele mandou pôr fogo nas casas do líder do motim, Pascoal Silva Guimarães, e de seus comandados.


Com prefácio assinado pela historiadora Adriana Romeiro – professora da Universidade Federal de Minas Gerais, assim como Carla Anastasia –, Vassalos rebeldes inaugurou um campo de investigação sobre a relação do Estado português e a sociedade das Minas. O estudo tirou do limbo fatos históricos marcantes, de certa forma eclipsados pela Inconfidência. “Vigoroso, esse livro permanece atualíssimo, sobrevivendo incólume a todas as modas historiográficas dos últimos anos. Merecidamente, tornou-se referência obrigatória aos estudos sobre o período colonial”, afirma Adriana. Trata-se de um clássico da historiografia mineira, lembra ela.


Vários fatores motivaram as revoltas setecentistas: do desrespeito a contratos à política fiscal, passando por discordâncias em relação aos direitos de mineração. “Diante do turbilhão de desordem e violência protagonizado por funcionários iníquos, potentados façanhudos, vassalos rebeldes e escravos aquilombados, a ordem parecia soçobrar em meio à violência. Se é verdade que o estado, afinal de contas, conseguiu se impor, isso só foi possível graças a um longo e tortuoso processo que se arrastou cotidianamente, sem jamais conhecer trégua”, analisa Adriana Romeiro.



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