A artista plástica Liliane Dardot abre mostra de pinturas e fotografias na Galeria de Arte da Cemig

Trabalho propõe diálogo entre a representação e o mundo natural

por Walter Sebastião 12/07/2012 09:04

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Fotos: Liliane Dardot/Divulgação
Liliane Dardot cria confrontos entre a paisagem interna de seus trabalhos e a realidade (foto: Fotos: Liliane Dardot/Divulgação)
 
A artista plástica Liliane Dardot apresenta na exposição que será aberta nesta quinta-feira, na Galeria de Arte da Cemig, pinturas que trazem pequenas fotos que mostram de onde vieram o que está pintado nas telas. E também fotos, das pinturas, nos locais que serviram de inspiração para os trabalhos.
Trata-se, conta, de diálogo, tensões, não só entre as duas práticas, como também entre as imagens e os locais que foram referências para as obras, já que, em certos casos, onde havia um terreno hoje há uma construção. “Não são retratos”, avisa. Trata-se da experiência de retirar uma pintura do lugar onde se está habituado a vê-la dando a ela o conceito de paisagem, palavra que a artista prefere trocar por território.
“O mundo que aparece nas minhas obras é muito filtrado, está dentro de mim. Não é um lugar específico, é o que ficou em mim, até inconscientemente, ou foi elaborado pelo fazer do trabalho. Então há, em tudo, muito de memória”, conta Liliane Dardot. Ela vê nas peças confrontos entre paisagem interna e a real, uma dentro da outra, vindo daí certa fricção. 
“Minha atuação é como se estivesse construindo um território”, acrescenta, vendo sinais, fragmentos e evocação ao chão nos trabalhos. As 12 obras, realizadas entre 2001 e 2012, tiveram um começo prosaico: quando a artista retirou as obras do ateliê para fotografá-las.
DENTRO E FORA Pintura e fotografia, para Liliane Dardot, permitem duas abordagens diferentes. “Pintura é algo meditativo, cobra um estar à disposição, é algo solitário, concentrado. A fotografia, por sua vez, é como se jogar no mundo, se perguntando sobre o que está fora, sobre pontos de encontro das coisas”, explica. 
Apresenta um aspecto que gostaria que fosse observado: “Gostaria de instigar as pessoas a imaginarem as coisas fora do lugar. E, mais especificamente, a pintura, o quadro, como algo móvel, não agregado às paredes de instituições, nas paredes das casas e lugares em que ficam neutros. Se conseguir isso já me dou por satisfeita”, brinca. “Para ver as pinturas, em todos os seus aspectos, muito vezes é preciso mudar o ângulo de observação”, defende. 
 
DESLOCAMENTOS
Pinturas e fotos de Liliane Dardot. Abertura nesta quinta-feira, às 20h, na Galeria de Arte Cemig, Av. Barbacena 1.200, térreo, Santo Agostinho. Todos os dias, das 8h às 19h. Até 2 de agosto. Entrada franca. 


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