Exposição Edições Dinamene ressalta raridades gráficas no Museu Vivo Memória Gráfica

Mostra fica em cartaz de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, até dia 30

por Walter Sebastião 06/06/2012 07:00

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Museu Vivo Memória Gráfica/Divulgação
O anjo do livro Poeticon astronmicon, de 1485, virou logomarca das Edições Dinamene (foto: Museu Vivo Memória Gráfica/Divulgação )
São exposições pequenas, com poucas publicações, dentro de uma vitrine, em uma sala onde serão realizadas oficinas sobre confecção de livros. Volumes que, se alguém quiser folhear, tem de agendar visita com monitor, mas que sempre apresentam preciosidades bibliográficas.
 
É assim a programação do Museu Vivo Memória Gráfica e um exemplo é a mostra de cinco produções das Edições Dinamene, criadas pelo baiano Pedro Moacyr Maia, em cartaz até dia 30. São livros de poemas (textos de Rilke, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, Cláudio Tavares e uma coletânea com diversos autores), com ilustrações (Mário Cravo Júnior, Aldo Bonadei, Marcel Gromaire, Aldary Toledo), tudo de forma artesanal e com tiragem de 100 exemplares, lançados entre 1950 e 1975.
 
Como conta Ana Utsch, do Museu Vivo Memória Gráfica, Pedro Moacyr Maia foi um professor de línguas neolatinas apaixonado por literatura e tipografia. Com essas edições que ele próprio custeou, Pedro Maia queria levantar recursos para outro projeto: a revista Caderno da Bahia, criada pelo historiador Vasconcelos Maia e jornalistas. Ainda segundo a professora, um trabalho de mundo reservado que, como disse Carlos Drummond de Andrade, existia sob as asas de uma ninfa (a Dinamene, do título da editora), amada por Camões e perdida em naufrágio para “amigos do verbo”, conforme o próprio editor. A logomarca é um anjo retirado de xilogravura de livro de 1485, Poeticon astronmicon.
 
“São publicações com projeto gráfico rigoroso, excelente impressão, diversidade de técnicas de gravura, com visualidade muito harmônica”, explica Ana Utsch. Os livros, observa a professora, revelam universo da bibliofilia. “Amor incondicional aos livros, exaltando a materialidade do volume – belas páginas, ilustrações, gravuras –, tornada homenagem ao mundo espiritual das letras”, diz. São pessoas tão apaixonadas por livros que não só colecionam obras raras como, inclusive, tentam, eles mesmos, imprimir volumes que circulam foram do comércio. Ana considera um aspecto importante da exposição o acesso a esses trabalhos, da coleção Flávio Vignoli.
 
Edições Dinamene 
Museu Vivo Memória Gráfica/Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174, Centro). De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. Até dia 30. Informações: 
(31) 3409-8285. 


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