Elke tem muito a dizer

por Thaís Pacheco 28/09/2011 10:58

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Ully Riber/Divulgação
"Eu, com meus 66 anos, não posso mais ser burra" - Elke Maravilha, modelo e atriz (foto: Ully Riber/Divulgação)
 

Pisciana com ascendente em Escorpião e lua em Câncer, Elke Maravilha garante ter a mesma configuração astral de Bin Laden. “É mapa astral de quem quebra as estruturas. Eu quebro as minhas pequenas; ele quebrou a maior de todas”, compara a artista. É justamente essa característica da personalidade de Elke que a faz receber inúmeros convites para palestras em vários cantos do país. O último que Elke aceitou foi da Casa Una de Cultura, e ela chega hoje a Belo Horizonte para participar do mês em que a casa tem como tema a mistura entre passado e presente.

Palestra, ao menos, era a proposta inicial da instituição ao convidar Elke Maravilha, mas ela prefere um bate-papo. “Vou para conversar. Não sou palestrante e não tenho a pretensão de ser. Mas se gostam do que falo, então vou falar e a gente vai conversar”, pondera a artista, sem muita precisão, mas com simpatia de sobra. “Parece que eles querem que eu fale da minha história, minha trajetória e a relação com determinadas épocas do Brasil”, acrescenta. ‘‘Se bem que não sou muito ligada em épocas. Não olho para trás e não quero virar estátua de sal. Só tenho saudade do futuro, não sei o que vou lembrar do passado.”

Apenas diferente
Bem-humorada, mas convicta do que diz, Elka não acredita que seja uma transgressora – um dos adjetivos atribuídos à sua personalidade –, mas se considera “diferente”. “Quando a gente conhece um pouco de mitologia grega, conhece um pouco do ser humano”, diz. “Hoje, estamos muito atrelados aos mitos de Narciso e Eco.” E resume o mito: “Narciso se olhou no lago, se achou maravilhoso, o máximo. Tudo era ele. Já Eco, olhou para ele, ficou apaixonada, abdicou de si e ficou totalmente na do Narciso. Os deuses gregos, que não eram burros, a castigaram, colocando-a atrás da montanha, falando eu te amo e ouvindo o próprio eco.”

Elke explica ainda a analogia que faz do mito. “Hoje, estamos separados em pessoas que são Narciso e Ecos, teleguiados para repetir todas as baboseiras. Tudo é ditado. Governos e religiões ditam uma coisa e os ecos repetem, porque as pessoas estão apenas se informando, não estão pensando”, conclui, ao garantir que não é Narciso nem Eco.

Saudosa do futuro e sem memória para o passado, como diz, Elke garante que o melhor tempo é o presente. “O pessoal acha que os velhos tempos eram bons. Podia ser mais confortável, mas o menos confortável é melhor, porque faz a gente acordar, repensar. Velho burro não dá. Eu, com meus 66 anos, não posso mais ser burra. No dia em que eu não tiver mais nada para dizer, tenho de deitar e morrer, porque minha missão está cumprida”, provoca.

E já que a conversa entrou por esse caminho, Elke aproveitou para opinar. “Tem uns que sabem sua missão. Ao cumprir a missão, pode morrer. A morte é maravilhosa, Deus deu para todo mundo. A maioria não sabe o que veio fazer, mas os animais sabem. Eles foram privilegiados por Deus, que errou na mão com a gente. Somos uns macacos pelados, muito feios e pretensiosos. Você acha que um tigre precisa de filosofia ou banho de loja?”. Para continuar o assunto, mais tarde, na Casa Una de Cultura.

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