Companhia do Latão usa humor para refletir sobre o capitalismo

17/07/2009 07:00

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Sérgio de Carvalho/Divulgação
Ney Piacentini e Rodrigo Bolzan estão em A comedia do trabalho, da Companhia do Latão (foto: Sérgio de Carvalho/Divulgação)
A Companhia do Latão, com muito orgulho, rema contra a maré. Se a cena brasileira vem sendo dominada pelo besteirol e por textos leves voltados para o mero entretenimento – a febre de comédias stand-up não deixa mentir –, o grupo paulista investe no teatro político. Oferece ao público peças de alto teor reflexivo, amparadas em profunda pesquisa inspirada no universo de Bertolt Brecht. Há 10 anos tem sido assim. Veja mais fotos de A comédia do trabalho Desde quarta-feira a trupe está em BH, a convite dos colegas do Grupo Galpão. A festa de 10 anos é comemorada em Minas e não se resume à apresentação de espetáculos. Oficinas, debates e lançamento de livro estão na programação de aniversário. Hoje e amanhã, os mineiros poderão conferir um dos maiores sucessos da trupe: A comédia do trabalho, texto coletivo da Companhia do Latão. Entram em cena banqueiro, investidor estrangeiro, desempregados e miseráveis para falar da tragédia contemporânea. Dispensado do emprego, homem se desespera e planeja se suicidar. O bem humorado espetáculo, que estreou em 2000, está na ordem do dia. Depois do quiprocó da economia americana no apagar das luzes da era Bush, o neoliberalismo perdeu a moral. Empresas-símbolo do capitalismo lutam para se salvar, devidamente agarradas às tetas do Estado. Sacrificam-se milhares de empregos em nome da crise. Resumo da ópera: a tão decantada economia de mercado jamais garantiu pão e trabalho ao ser humano. Luta de classes nunca foi clichê demodê. Seguindo a trilha de Brecht, A comédia do trabalho prova que rir é a melhor maneira de pensar. Além dos palcos tradicionais, a montagem foi apresentada em sedes de sindicatos de trabalhadores e para movimentos populares. Foram cerca de 300 sessões para 70 mil pessoas. Vão subir ao palco do Galpão Cine Horto Adriana Mendonça, Helena Albergaria, Ney Piacentini, Rodrigo Bolzan, Ana Cristina Petta e Renan Rovida. A direção é de Sérgio de Carvalho. O programa do fim de semana não se resume à peça. Amanhã, serão exibidos os vídeos Equívocos colecionados e As ruas da comédia, relativos à atuação do grupo paulista, com direito a palestra do diretor Sérgio de Carvalho.
10 ANOS DA COMPANHIA DO LATÃO • Exibição dos vídeos Equívocos colecionados e As ruas da comédia, seguida de palestra do diretor Sérgio de Carvalho e do lançamento de material pedagógico relativo aos 10 anos da Companhia do Latão. Amanhã, a partir das 14h. Entrada franca. • A comédia do trabalho Sexta e sábado, às 21h. R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Galpão Cine Horto, Rua Pitangui, 3.613, Horto, (31) 3481-5580.


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