Museu da Língua Portuguesa abre mostra sobre Machado de Assis

14/07/2008 13:17

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Divulgação/Livro de Edinha Diniz
(foto: Divulgação/Livro de Edinha Diniz)
O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, abre a mostra 'Machado de Assis, Mas Este Capítulo Não É Sério', no espaço para mostras temporárias, no ano do centenário da morte do escritor. Na entrada, o visitante encara um borrão na parede. Mais alguns passos, e chega-se à parede seguinte: uma figura vai ganhando contorno aos poucos. Na terceira, ele aparece: Machado de Assis.

A intenção, segundo Cacá Machado, um dos curadores, é mostrar o 'recalque da crítica' à obra machadiana, segundo a qual ele não é um mulato. Houve um branqueamento do autor de Dom Casmurro (1899): a miscigenação tinha de ser desfocada. "Não quero fazer uma discussão racial, apenas mostrar que ser mulato é fundamental para o ponto de vista literário de Machado de Assis sobre a elite brasileira", diz Cacá Machado.

O outro curador é Vadim Nikitin. José Miguel Wisnik é o consultor. A Imprensa Oficial imprimiu 250 mil livretos, que apresentam um roteiro de 48 páginas e que serão dados para cada visitante. A mostra baseia-se na estrutura narrativa de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Cada espaço tem a sua autonomia, embora haja um diálogo entre eles, tal como os capítulos daquele romance machadiano. O visitante, se quiser entrar no espírito cético e irônico da mostra, precisa andar com um desconfiômetro. Na entrada, ele tem de trocar a expressão 'assim é se lhe parece' por 'nada é o que parece ser'. "Machado morou sempre de aluguel, nunca teve dinheiro, mas já virou moeda", diz Cacá. O rosto do escritor foi estampado na cédula do cruzado, nos anos.

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