Amanda Stenberg vive garota com doença rara no drama romântico Tudo e todas as coisas

Ativista das causas negras e feministas, atriz de 18 anos protagoniza novo filme sobre o amor ameaçado pela morte

por Pedro Galvão 15/06/2017 10:06

Warner / Divulgação
Amanda Stenberg, conhecida por defender o feminismo e combater o racismo, protagoniza o longa dirigido pela canadense Stella Meghie (foto: Warner / Divulgação )
Imagine ter uma doença rara e tão perigosa que prive você de qualquer contato com o mundo exterior. E, em meio a essa impossibilidade, você se apaixone por alguém que passa a morar ao lado do seu cativeiro, de onde você nunca saiu em 18 anos de vida. Esse é o drama da personagem de Amanda Stenberg (Maddy) em Tudo e todas coisas, mais um romance juvenil baseado na proximidade do amor com a morte, que estreia hoje nas salas brasileiras.

 

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Na história adaptada do livro homônimo da jamaicana Nicola Yoon, Maddy tem síndrome da imunodeficiência combinada, diagnosticada logo após o parto. A enfermidade transforma o contato com qualquer vírus ou bactéria em uma infecção fatal. Por isso a garota vive (há 18 anos) reclusa em sua confortável casa, cuidadosamente esterilizada e equipada para que ela tenha uma vida digna e tranquila, apesar da doença.

A responsável pela saúde da jovem é sua mãe, que fortuitamente é médica, interpretada por Anika Noni Rose (Dreamgirls). O pai e o irmão de Maddy morreram em um acidente no passado. A enfermeira de origem latina Carla (Ana de la Reguera) auxilia nos cuidados e no afeto, tratando a paciente como uma filha. Nesse ninho asséptico, a menina lê vários livros, navega pela internet, assiste a filmes, estuda arquitetura e monta suas maquetes, sempre habitadas por um miniastronauta. Em sua imaginação, ela viaja por vários lugares e possibilidades – especialmente, conhece o mar.


Sua singela rotina é alterada quando um novo garoto aparece na vizinhança. Se aos 18 anos uma paixão tumultua a vida de qualquer adolescente normal, para alguém que não pode sair de casa, nem mesmo tocar outra pessoa, a situação é ainda mais arrebatadora.

ROMANCE Maddy e seu amado Olly (Nick Robinson) interagem pelas janelas e pelo celular, aumentando os laços a cada dia. O filme vai traçando o romance de forma leve, com uma trilha sonora recheada de baladas indie contemporâneas, antes de a trama acelerar o ritmo e tomar rumos mais dramáticos quando a jovem resolve se arriscar em nome do grande e inédito amor.

Com uma proposta de sensibilizar quem assiste, o longa é uma mistura de emoções. Além da paixão entre os dois jovens, entra em cena também o protecionismo por vezes possessivo da mãe, extremamente dedicada a resguardar a filha de tudo. Olly, por sua vez, vive um drama familiar por conta do comportamento abusivo do pai com a família. 


Embora o enredo se confunda com muitas produções do gênero, Tudo e todas as coisas difere da maioria dos dramas adolescentes por apresentar uma protagonista negra. Amanda Stenberg, de 18 anos, começou a carreira ainda na infância, como modelo infantil da Disney. Aos 13, ela estreou em Hollywood com Colombiana – Em busca de vingança, vivendo a protagonista em sua fase mirim. No ano seguinte, foi Zoe em Jogos vorazes, quando ganhou status de popstar juvenil.

Mesmo com a pouca idade, a californiana se posiciona firmemente em favor das causas negra e feminina. Em entrevistas recentes a publicações internacionais, Amanda declarou que não acredita em gêneros. “Gêneros não existem, minha sexualidade é muito fluida e meu gênero também”, disse à Vogue. Na mesma entrevista, afirmou: “Como seriam os EUA se amassem os negros como amam a cultura negra?”.

Escolhida pela ONG The MS Foundation como a celebridade feminista de 2015 e presente nos dois últimos anos na lista de adolescentes mais influentes do mundo da Time, a atriz, que não abre mão dos cachos ou tranças, deu mais uma colaboração à sua causa ao participar de Tudo e todas as coisas. Trata-se de um dos raros filmes hollywoodianos dirigidos por uma mulher negra, a canadense Stella Meghie, que lança o segundo título de sua filmografia. Um levantamento feito no fim de 2015 pela Associação Norte-Americana de Diretores (DGA) apontou que apenas 6,4% das produções hollywoodianas são dirigidas por mulheres, sendo apenas um quinto delas de minorias étnicas.

 

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