Camila Pitanga apresenta em Tiradentes documentário sobre o pai

Longa relembra a trajetória de Antonio Pitanga, que atuou em filmes de Glauber Rocha e Anselmo Duarte

por Ana Clara Brant 23/01/2017 20:03

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Tiradentes – Antonio Sampaio, de 77 anos, se tornou Pitanga na década de 1960, quando incorporou a seu sobrenome o personagem que interpretava no filme Bahia de todos os santos, dirigido por Trigueirinho Neto. Ele é pai dos atores Camila, de 39, e Rocco Pitanga, de 36. Estrela da televisão brasileira, a primogênita decidiu contar a história do pai no documentário que estreou no Festival do Rio, no ano passado, e foi exibido na noite de sábado na Mostra de Cinema de Tiradentes, que será encerrada no dia 28.
Leo Lara/divulgação
'Pitanga' foi exibido ao ar livre no Largo das Forras (foto: Leo Lara/divulgação)

Apresentado ao ar livre no Largo das Forras, na cidade histórica mineira, o longa-metragem Pitanga marca a estreia de Camila como cineasta. A atriz divide a tarefa com Beto Brant, que a dirigiu em Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, longa-metragem inspirado no livro homônimo de Marçal Aquino – que, por sinal, é um dos roteiristas do documentário.

“Beto foi o nascedouro de tudo. Não foi um trabalho só da filha Camila, mas do ‘filho’ Beto Brant. Nós nos transformamos em uma família”, contou a diretora e atriz em Tiradentes.

PANDORA Brincando, Antonio Pitanga revelou que as pernas tremeram quando Beto lhe trouxe a proposta do documentário. “Quando alguém chega pra você e fala que quer fazer uma homenagem em vida, a gente até estranha. Isso não é muito natural (risos). No começo, tive certo receio quando inventaram de fazer o documentário, de como seria quando abrissem a caixa de Pandora. Mas confesso: estou cada vez mais apaixonado por esse Pitanga”, destacou.

Assistir ao filme que revê sua carreira – ainda mais em praça pública – foi uma emoção para o ator baiano, que evocou o conterrâneo Castro Alves para explicar o que sentiu em Tiradentes. “A praça é do povo/ Como o céu é do condor. Ver este filme em praça pública é uma alegria enorme. É na praça que a gente se vê, acho que sou um plantador de gente”, filosofou.

O documentário Pitanga investiga o percurso estético, político e existencial de Antonio Pitanga, nome de destaque em importantes emblemáticos do cinema brasileiro. Ele trabalhou com os diretores Glauber Rocha (Barravento e A idade da terra) e Anselmo Duarte (O pagador de promessas), entre outros.

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Joel Zito Araújo, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Othon Bastos, Zé Celso, Ziraldo, Zezé Motta e Neville D’Almeida dão depoimentos sobre a trajetória do baiano. Sem contar a mulher, Benedita da Silva, ex-governadora do Rio de Janeiro, além dos filhos, netas, irmãos e sobrinhos.

NAMORADOR Uma das cenas mais divertidas é o encontro do ator com Maria Bethânia. “Sabia que você foi minha primeira namorada?”, diz ele. A cantora baiana dá um sorriso irônico e devolve: “Só se for a primeira namorada em Salvador né, Pitanga?”.

A fama de namorador é um dos temas recorrentes do longa. Ney Latorraca chega a comentar com o amigo: “Acho que você só não namorou com a minha mãe”.

Hoje à noite, em Tiradentes, Antonio e Camila Pitanga participam de uma roda de conversa sobre a trajetória artística da família. “Comecei a minha relação com ele como filha e agora estou contando a história do meu pai. Adorei me surpreender com o homem, o artista e com a história do Brasil e do cinema”, afirma a atriz e diretora. O documentário deve chegar ao circuito comercial em fevereiro.

A repórter viajou a convite da organização do evento

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