Júlio Andrade vive papel duplo em longa que chega nesta quinta aos cinemas

Dirigido por Marcos Guttman, longa-metragem pretende refletir sobre as questões do duplo e da autenticidade das imagens

por Mariana Peixoto 24/11/2016 09:21

MOSTRA DE SP/DIVULGAÇÃO
'Maresia' é inspirado em Barco a seco, romance de Rubens Figueiredo. (foto: MOSTRA DE SP/DIVULGAÇÃO)

Além de Sob pressão, longa de Andrucha Waddington em cartaz em Belo Horizonte, o ator Júlio Andrade protagoniza uma estreia nacional desta quinta-feira, 24. Só que em Maresia, primeiro longa-metragem de Marcos Guttman, ele vive um papel duplo. É um pintor e um perito em arte.


A narrativa é inspirada em Barco a seco, de Rubens Figueiredo, romance vencedor do prêmio Jabuti em 2002. A história gira em torno de um perito que se torna especialista na obra de um pintor com vida e morte bastante obscuras.

No cinema, Maresia corre em dois tempos, que vêm e vão ao sabor do mar (também um personagem da trama). No passado, Andrade é Emilio Vega, um homem atormentado (e um pintor superprodutivo) que vive quase como um indigente numa praia remota. No presente, o ator interpreta o perito Gaspar Dias, especialista na obra de Vega.


Morto há meio século, Vega teve sua obra, que tem o mar como referência, reconhecida e valorizada. Gaspar é procurado por um velho que pede que ele autentique uma suposta pintura de Vega, de quem teria sido amigo na juventude. Isso abala as estruturas do perito, que começa ele próprio a pesquisar sobre a vida do artista.

 


Guttman, que estreou profissionalmente como assistente de direção de Carla Camuratti em Carlota Joaquina (1995), quis levar a história para o cinema assim que leu o livro de Figueiredo. ''Sempre quis falar sobre autenticidade de uma imagem'', comenta o diretor, que levou mais de 10 anos para desenvolver o projeto. A história não localiza tempo ou lugar. As filmagens foram realizadas nas praias Adão e Eva, em Niterói.

Trabalhar com um só ator para os dois principais papéis também foi uma intenção do cineasta assim que começou o projeto. ''É um filme sobre o duplo. O real e o irreal, o cerebral e o emocional, o artista e o crítico. São sempre duas faces da mesma moeda. E relendo o livro hoje, identifico algumas passagens em que o autor induz a gente a pensar nisso.''

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