Cine Humberto Mauro exibe 'A Dama do Cine Shangai' e promove bate papo com diretor, Guilherme de Almeida Prado

Vencedor de seis prêmios no Festival de Cinema de Gramado, o longa tem no elenco Maitê Proença, Antônio Fagundes, José Mayer e Miguel Falabella

por Eduardo Tristão Girão 13/06/2016 12:11
Canal Brasil/Divulgação
(foto: Canal Brasil/Divulgação)
O paulista Guilherme de Almeida Prado não se lembra da última vez que viu 'A Dama do Cine Shangai', longa de 1987 que dirigiu e roteirizou. Hoje, dia 13, à noite, terá oportunidade de finalmente fazê-lo mais uma vez, quando estará presente na exibição do filme, no Cine Humberto Mauro, em Belo Horizonte. Ao final da sessão, que tem entrada franca e faz parte da Mostra de Cinema Permanente Curta Circuito, comentará a obra com o público. A retirada de ingressos começa 30 minutos antes da exibição, no próprio local.

A Dama do Cine Shangai costuma ser apontado como filme que retrata bem o cinema de gênero brasileiro, entrelaçando o noir maneirista, o marginal e o policial americano. Vencedor de seis prêmios no Festival de Cinema de Gramado (incluindo o de melhor filme e direção), o longa tem no elenco Maitê Proença, Antônio Fagundes, José Mayer e Miguel Falabella. Na história, um homem entra em um cinema e conhece uma bela e misteriosa mulher, parecida com a protagonista do filme; a partir desse encontro, se desenrola aventura permeada por suspense, paixão e assassinatos.

“Às vezes vejo um pedacinho desse filme, por acaso, quando passa na televisão. Até porque odeio a cópia em vídeo, que corta as beiradas. É gostoso, porque depois de tanto tempo, nem parece que o filme é seu. O filme nunca fica como você quer que fique, então, leva um tempo para a gente se esquecer disso. É bom saber que ainda existe gente querendo vê tanto tempo depois. E a cópia é em película, daí a importância do evento e o fato de eu querer assistir novamente”, conta Prado.

O diretor não sabe precisar, quase 30 anos depois de lançado o filme, que contribuição ele deu ao cinema nacional, mas arrisca um palpite: “Naquela época, existia preconceito muito grande, achava-se que os filmes nacionais eram mal feitos. O meu filme lutava para quebrar isso e, felizmente, esse preconceito não existe mais. As pessoas podem não gostar do conteúdo, mas não da qualidade técnica. Do ponto de vista dramático, na época tinham filmes com a mesma pegada e não sei o que sobrou disso tudo, mas este ainda é um filme que passa muito na TV”.

Sobre o cruzamento de gêneros que pode ser enxergado em A Dama do Cine Shangai, Prado afirma que a influência do cinema noir é inegável e enorme. Entretanto, o que talvez nem todos imaginem é que o diretor também fez o filme imaginando que tivesse também algo de leveza. “Eu sempre quis fazer filme do gênero 'bom'. O diretor Billy Wilder disse que fazia filmes para contar uma história e, se o publico ria, era comédia. Meu filme tem pegada de comédia, fiz querendo que fosse divertido de assistir, sem ser pastelão. Comédia para sorrir, não dar risada”.

A Dama do Cine Shangai
Exibição do filme e bate-papo com o diretor Guilherme de Almeida Prado
Hoje, dia 13, às 20h, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca, sujeita à lotação do espaço, com retirada de ingressos 30 minutos antes da exibição, no próprio local. Informações: (31) 3236-7400 e www.curtacircuito.com.br

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