Festival RioCine estende o tapete para 'Chico, Artista Brasileiro'

Documentário sobre Chico Buarque abre a programação oficial da mostra, nesta quinta-feira

por Agência Estado 01/10/2015 10:59

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Festival do Rio/Divulgação
(foto: Festival do Rio/Divulgação)
Durante todo o ano o logotipo da RioCine nos vende a ideia de que o Rio é coisa de cinema. E basta olhar para aquela paisagem. Desta quinta, 1º, até dia 14, e durante duas semanas, a cidade chamada de 'maravilhosa' transforma-se, realmente, na capital brasileira do cinema. Na sequência, dia 22, começa a Mostra Internacional de São Paulo e, imprensada entre ambos eventos, durante uma semana, a Mostra CineBH. É a grande temporada do cinema nacional e internacional no país. A abertura, no Rio, ocorre em alto estilo e o festival, de volta ao Cine Odeon, em plena Cinelândia carioca, estende o tapete vermelho para Chico, Artista Brasileiro. Não apenas o biografado - o cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Holanda -, mas também o diretor Miguel Faria Jr., de outro belo documentário - Vinicius -, animam toda as expectativa de que poderá ser uma grande sessão de cinema.

Diretora artística do Festival do Rio, Ilda Santiago lembra o tempo em que o evento anunciava, gloriosamente, suas 500 atrações (ou mais). "Não sei como a gente conseguia", ela reflete - sem saudade. "Já vínhamos pensando num festival mais compacto, feito à medida do público, no qual as pessoas não se perdessem. Ninguém consegue ver 500 filmes. Ninguém verá nem os 270 que teremos este ano, mas é um número mais razoável para que as pessoas se localizem dentro das várias seções do festival."

Sejamos realistas - havia o desejo de compactar o festival. Foi apressado pela realidade. "Como todo evento internacional, o festival é pago em dólar. Mantivemos nossos patrocinadores (prefeitura do Rio, Petrobrás, Oi, etc.), mas a desvalorização cambial e a inflação comeram 40% do nosso orçamento. Com menos dinheiro, reduzir foi uma necessidade, mas estamos mantendo o conceito, as atrações. E o festival, por mais internacional que seja, é a grande vitrine do cinema brasileiro. Dos 270 filmes, 70 são brasileiros. Além da Première Brasil, com seus títulos inéditos, temos outros filmes brasileiros para exibir, em diversas janelas."

Esses números contabilizam longas e curtas, que serão apresentados em 25 pontos de exibição cobrindo a cidade inteira. Entre um Chico, na abertura, e El Clan, no encerramento, dia 12 - o longa de Pablo Trapero já virou fenômeno na Argentina, superando o público histórico de Relatos Selvagens -, o Festival do Rio cumpre sua vocação de trazer ao Brasil as novas tendências do cinema do mundo. "Nosso compromisso permanece. Estamos trazendo as novidades de Berlim, Cannes, Veneza, San Sebastian e Toronto. E mais - há uma seleção totalmente nossa, que fomos garimpando independentemente de outros festivais. Filmes que o público só verá aqui, para que os cinéfilos do Rio e do Brasil inteiro se atualizem com o novo." No quadro você encontra alguns títulos dessa vasta seleção internacional.

Um setor que Ilda Santiago reconhece que foi atingido pela redução foi o das retrospectivas e homenagens. "Saem caro", explica. Mesmo assim, não faltam homenagens, e das boas. Haverá uma retrospectiva dedicada ao estúdio japonês de animação Ghibli cujo grande nome é Hayao Miyazaki. Nome importante da produção independente dos EUA, Hal Hartley talvez não seja mais o autor elegante e minimalista de Confiança, Flerte e Henry Fool, mas também não é nenhum ‘has been’. Ele ministra uma master class, e com certeza terá o que dizer sobre roteiro - foi premiado em Cannes -, realização e trilha. Vale lembrar que Hartley fez videoclipes de bandas como Everything But the Girl e Red Hot Chili Peppers.

O festival compacto perde sua sede na área portuária da Praça Mauá, que está toda em obras, por causa da Olimpíada. As galas da Première Brasil serão no Lagoon, na Lagoa Rodrigo de Freitas. E o festival recupera espaços fundamentais - a Cinemateca do MAM e o Odeon, onde vão ocorrer a abertura e o encerramento, e também a premiação (dia 13). No Odeon será realizada a gala da versão restaurada de Menino de Engenho, que Walter Lima Jr. adaptou do livro de José Lins do Rego em 1965. Há 60 anos.

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