Perrengues da imortalidade são tema de 'A Incrível História de Adaline' e de outros filmes. Veja lista!

Filme protagonizado por Blake Lively mostra protagonista fadada à angústia e ao isolamento da vida eterna

por Larissa Lins 20/05/2015 11:58

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Diamond Films/Divulgação
Blake Lively em cena de 'A incrível história de Adaline' (foto: Diamond Films/Divulgação)
Você gostaria de ser jovem para sempre? A resposta óbvia não é, ao contrário do que parece, a mais vantajosa. Se fosse possível, a juventude eterna teria um custo - e alto: adaptar-se às mudanças climáticas, políticas e sociais ao longo de décadas, talvez séculos. E, sobretudo, assistir à degradação natural dos entes queridos, mortais, durante diversas gerações. A prova de que resistir ao tempo não é benção, mas uma espécie de maldição, será revisitada a partir desta quinta-feira nos cinemas, em 'A Incrível história de Adaline' (The age of Adaline, EUA 2015).

A longa jornada de Adaline é sempre permeada pela angústia e isolamento, assim como foram as de outros personagens antes dela - Wolverine ('X-Men'), Dr. Manhattan ('Watchmen'), Connor MacLeod ('Highlander - O guerreiro imortal') e David Dunn ('Corpo fechado'). “É que não há coisa mais trágica do que viver eternamente”, explica o filósofo e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ângelo Monteiro. Segundo ele, apesar de desejada pelos homens e postulada na maioria das religiões, a vida eterna não foi prevista entre os filósofos. Para versar sobre ela, seria preciso negar a ação do tempo, ao qual somente as ideias, segundo Platão, podem resistir. “A imortalidade só pode ser alcançada - e só vale a pena - através das memórias transmitidas como herança cultural”.

Esse não é o caso da protagonista do drama dirigido por Lee Toland Krieger, que explora toda a carga de nostalgia e solidão inerentes à vida eterna. Adaline (Blake Lively) muda de identidade e endereço a cada década para não despertar suspeitas. Imune aos efeitos do tempo após um acidente, permanece com 29 anos do início do século 20 à atualidade. Abre mão de relacionamentos amorosos, priva-se da convivência com a única filha - que, com o passar dos anos, torna-se muito mais velha que ela - e assume empregos discretos para manter em segredo a imortalidade.

Um narrador lança mão de leis da física e da biologia para justificar a condição da personagem, cujo passeio por diferentes épocas torna-se mais verossímil através do figurino assinado por Angus Strathie - famoso pelo trabalho em Moulin Rouge. Apesar do glamour, a fuga eterna do próprio passado esgota Adaline, que sabe, desde o princípio, é melhor não viver para sempre.

Confira o trailer de A incrível história de Adaline:



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