Caixa reúne clássicos do cinema noir

Box reúne obras-primas da estética noir assinadas por Fritz Lang, Elia Kazan e Anthony Mann, entre outros diretores. Análises de Martin Scorsese e Michael Mann e extras integram o pacote

por Mariana Peixoto 08/03/2015 18:00

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Columbia/ divulgação
Gloria Grahame e Glenn Ford em cena de 'Os corruptos', marco da fase final norte-americana do diretor alemão Fritz Lang (foto: Columbia/ divulgação)

Seis clássicos foram reunidos na caixa Filme noir – volume 2: Mortalmente perigosa (1950), de Joseph H. Lewis; O justiceiro (1947), de Elia Kazan; Os corruptos (1953), de Fritz Lang; A dama fantasma (1944), de Robert Siodmak; Pecado sem mácula (1949), de Anthony Mann; e Ato de violência (1948), de Fred Zinnemann.

Além dos longas-metragens, alguns em versões restauradas – caso de Os corruptos e Mortalmente perigosa –, o pacote ainda traz quase duas horas de extras, incluindo análise de cenas, trailers e entrevista com atores. Há também a participação de Martin Scorsese e Michael Mann, que fazem comentários sobre o filme de Lang.

Um dos pais do expressionismo alemão, Fritz Lang (1890-1976) foi bastante criticado ao chegar a Hollywood. Entretanto, quem o condenou nos anos 1940 voltou a reconhecê-lo na década seguinte. Os corruptos (The big heat) é considerado um de seus melhores filmes da fase norte-americana. Estrelado por Glenn Ford, Gloria Grahame e Lee Marvin, o filme narra a investigação do suposto suicídio de um policial corrupto. Aos poucos, o responsável pelo caso descobre um grande esquema por trás do crime. A violência crua é uma das marcas dessa produção.

ESTÉTICA Pesquisador e professor de cinema do Centro Universitário Una, Ataídes Braga lembra que a estética noir, que marcou a produção dos anos 1940 e 1950, foi muito influenciada pelo expressionismo do qual Lang é referência. “Ele não é um cineasta de filme noir. Por ironia, as características de quase todos os seus filmes – a estética da luz e a obscuridade – foram levadas para o cinema noir.”

Para o professor, os filmes de Lang têm peso maior na narrativa e não no desfecho. “Duas, três décadas depois, ele atualiza o expressionismo carregando na questão política. Tudo e todos são culpados de alguma coisa”, observa.

De acordo com Ataídes Braga, fala-se de maneira quase banal sobre o cinema noir, mas a produção do período é muito pouco conhecida. “E estamos nos referindo a 200 filmes ou mais”, destaca. O fundamental no cinema noir, ele explica, são o mote (a morte, um grande golpe), a presença da mulher distante e misteriosa (a femme fatale) e um protagonista masculino, geralmente um detetive em crise.

O segundo volume do projeto vem complementar o lançamento de 2014, que reuniu em caixa os filmes A morte num beijo (1955), de Robert Aldrich, e Anjo do mal (1953), de Samuel Fuller.


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