Curador alemão cita boa fase do cinema nacional

Wieland Speck é entusiasta da produção latina de filmes

por Mariana Peixoto 01/03/2015 00:13

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O alemão Wieland Speck conhece o cinema brasileiro como poucos (brasileiros, inclusive). Speck vem anualmente ao país, durante o mês de outubro, para assistir a uma média de três dezenas de longas-metragens, exibidos em sessões privadas. Curador da seção Panorama do Festival de Berlim – em 1982, ele começou a trabalhar na segunda mostra mais importante da Berlinale, da qual, dez anos mais tarde, tornou-se o diretor –, ele tem um olhar acurado sobre a produção da América Latina.

“A produção brasileira é atualmente a mais estável entre os países latino-americanos. Falo isto tanto em termos de filmes mais interessantes, quanto àqueles que funcionam para o Festival de Berlim”, diz Speck, que, além de Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, selecionou para a edição deste ano da mostra alemã (ocorrida entre os dias 5 e 15 de fevereiro) os longas brasileiros Sangue azul, de Lírio Ferreira, e Ausência, de Chico Teixeira.

Speck é um dos entusiastas da produção latina. Orgulha-se de ter assistido de perto à nova onda do cinema argentino, iniciada no final da década de 1990. “Fui eu quem levou O pântano (2001), de Lucrecia Martel, para a competição.’’ O título argentino recebeu o prêmio Alfred Bauer.

Também integrante do comitê que seleciona os filmes para a competição em Berlim, o curador comenta que, para entrar na Panorama, uma produção tem que seguir alguns critérios. “Conheço bem o público que vai ao festival. Para a seleção, uso tanto a minha experiência quanto a intuição. Mas posso dizer que, para participar da mostra, o filme tem que lidar, de alguma maneira, com a sociedade contemporânea, trazer uma estética surpreendente e ser ainda um filme que possa levantar uma discussão, já que após todas as sessões há debates.”

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