Os belo-horizontinos andam bastante serelepes com a estreia de Cinquenta tons de cinza nos cinemas. Ingresso só para as sessões da tarde e olhe lá. Não é para menos. O best-seller erótico de E.L. James, que deu origem ao filme homônimo, conta mais de 100 milhões de livros vendidos em todo o mundo. E a inspiração da autora britânica vem de outro blockbuster: a série Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Na obra de E.L. James, os personagens Edward Cullen e Isabella Swan dão lugar a Christian Grey e Anastasia Steele. Nada de vampiros e lobos voadores. Em Cinquenta tons de cinza, chamado nas redes sociais de “pornô para mamães”, sexo light. Bem soft. E, claro, muitas grifes em fantasia sadomaso. Bom? Ruim? Há controvérsias.
A servidora pública Marina da Silva, de 51, gostou do filme. Leitora e estudiosa da obra de E. L. James, Marina tem outro olhar para o filme. “O filme começou com uma brincadeira com Crepúsculo. Faltava sexo entre Edward e Bella. Aí, a autora começou a escrever e teve muita leitura. Li os livros e o filme é muito fiel ao texto”, defende. Marina elogia a leitura fácil e a pegada “sem excessos” do longa. De acordo com a leitora, os detalhes estão todos lá. “O luxo, as marcas de sucesso, os carros, os vinhos. O contrato de dor. É o príncipe moderno, abusado, que não pede a princesa em casamento. Ele não quer amor, não gosta de romance. Quer sexo”, diz. De acordo com a funcionária pública, o enredo é uma grande sacada da autora. “O homem tem dado cada vez menos atenção à mulher. Na história, o foco está no prazer da mulher”.
‘VAGO’ Rogério Lucas, de 25, achou o filme “péssimo, desnecessário”. A assistente administrativo levou a namorada, Geisa Ceraso, de 22. Ela não considerou o filme tão ruim quanto ele. Achou “vago”, apenas. Os dois não leram o livro. Decidiram aproveitar a tarde livre para ver o que seria o “filme tão esperado”. Nada demais para o casal. Os dois não tiveram nem vontade de ler o livro. Rogério, frequentador assíduo das salas de cinema, ainda trouxe Lars Von Trier – famoso cineasta dinamarquês – para a conversa. “Este filme é uma cópia romântica de Ninfomaníaca”, criticou. Para Geisa, a diretora Sam Taylor-Johnson amenizou as cenas de sexo e sadomasoquismo para atrair os mais jovens. Perguntados se se sentem provocados pelo que acabaram de assistir, Rogério e Geisa sorriram e nem pensaram muito para responder: “Absolutamente, de jeito nenhum”. Abraçaram-se e, enamorados, deixaram a sala.