Claramente intimidadas, duas adolescentes estão sentadas à mesa com a mãe de uma amiga, que lhes serve chá. A mulher mais velha, com muito jeito, fala com a dupla que em represália por terem cortado o cabelo da filha em estilo moicano, vai levar as meninas a acompanhá-la, por domingos seguidos, à missa. As garotas se negam veementemente, dizem que não fazem nada obrigadas. Pois a mulher, sabiamente, afirma que a intenção de levá-las à missa não é muito diferente de terem feito a filha cortar o cabelo.
Com uma câmera despojada, quase documental, Lukas Moodysson, que já retratou o universo jovem em outras produções (a descoberta da sexualidade em 'Amigas de colégio'; abuso sexual e tráfico humano em 'Para sempre Lilya'), faz de 'Nós somos as melhores!' um despertar leve, inteligente e bem-humorado para a adolescência. E, de quebra, traz uma trilha sonora deliciosa, que faz uma viagem no tempo fugindo dos lugares-comuns dos três acordes.
'Nós somos as melhores!', produção sueca dirigida por Lukas Moodysson inspirada nos quadrinhos criados por sua mulher, Coco, é ambientada na Estocolmo de 1982. Quando o “mundo adulto”, por assim dizer, é tomado de assalto pela explosão da disco music e dos sintetizadores, duas adolescentes de 13 anos, Bobo e Klara, descobrem o universo punk. Mesmo sem saber tocar um acorde sequer, decidem montar uma banda de punk, a melhor do mundo, na opinião delas. Para tal, decidem chamar a garota sem amigos do colégio, Hedvig, exímia violonista de família cristã, que, para evitar o bullying, prefere o isolamento.
Com uma câmera despojada, quase documental, Lukas Moodysson, que já retratou o universo jovem em outras produções (a descoberta da sexualidade em 'Amigas de colégio'; abuso sexual e tráfico humano em 'Para sempre Lilya'), faz de 'Nós somos as melhores!' um despertar leve, inteligente e bem-humorado para a adolescência. E, de quebra, traz uma trilha sonora deliciosa, que faz uma viagem no tempo fugindo dos lugares-comuns dos três acordes.