Público e diretores são contemplados pela programação da Mostra Cine BH

Espectadores têm acesso a filmes desprezados pelo circuito comercial e realizadores podem fazer contato com financiadores

por Walter Sebastião 22/10/2014 07:00

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Sylvio Coutinho/Divulgação
Pedro Quintero, Lucas Marçal e Vitor Brandão comemoram a exibição do primeiro filme, o curta 'Bufali' (foto: Sylvio Coutinho/Divulgação)
Termina nesta quinta-feira a oitava edição da Mostra Cine BH, festival que põe o cinema na ordem do dia na capital mineira. A parte mais visível do evento é a exibição de filmes do Brasil e de outros países. Mas também fazem parte da programação seminários, palestras, oficinas e o encontro Brasil Cinemundi, já na quinta edição, voltado para realizadores e fundos de financiamento.


'Israel casa de bamba', média-metragem de Felipe Ivanicska, será exibido nesta quarta, às 19h30, no Centro Cultural Banco do Brasil. O diretor é de São João del-Rei e mora em Belo Horizonte desde 2008. Ele escolheu uma história desconhecida como tema: a presença da música brasileira em Israel. Desde os anos 1970, ritmos brasileiros se misturam à música do Oriente. Várias bandas desenvolvem essa estética.

Felipe Ivanicska já fez de tudo na Mostra Cine BH: foi estagiário, participou de oficinas e viu filmes. “É uma janela importante para quem faz cinema em Minas”, explica ele, destacando o evento como espaço de exibição que coloca BH no cenário nacional e internacional. Felipe ressalta a contribuição da mostra como espaço de formação e discussão. “O festival deixa o sentimento de oportunidade, de que é possível fazer cinema em Minas”, observa.

Pedro Quintero, Lucas Marçal e Vitor Brandão, estudantes de publicidade, exibirão o curta 'Bufali' amanhã, no CCBB. O trio atuou em todas as posições para fazer o filme de estreia. “A mostra é oportunidade de exibir material que não conta com muitos lugares para ser apresentado”, analisa Pedro.

“A Cine BH dá visibilidade a quem está começando e mexe com a vida cultural da cidade”, defende Lucas Marçal. O festival, para Vitor Brandão, cria oportunidade de trazer as pessoas para perto do cinema. O público aprova a proposta. A bailarina Joana Koclousk, de 27 anos, gostou do que viu. “Assisti a filmes bons, variados e muito críticos dirigidos a quem gosta de cinema”, analisa.

Daniela Ribeiro, de 23, formada em administração, assistiu a quatro sessões de longas. “O Cine BH é necessário, pois socializa o circuito cultural da cidade, que hoje é mais amplo”, afirma ela, considerando positivo o fato de o evento chamar mais atenção para a América Latina.

PRODUÇÃO “Os festivais permitem ter acesso à informação e a formar rede de contatos com fundos de desenvolvimento de projetos. Isso abre portas para oportunidades de coprodução”, explica a produtora Júlia Nogueira, do grupo Camisa Listrada. Ela participou de cinco mesas do 5º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting e conversou com representantes de organizações brasileiras e do exterior.

Conhecer melhor o perfil dos fundos, explica Júlia, permite ter o projeto certo para o financiador certo. “Há grande interesse pelo cinema brasileiro. Temos produção autoral interessante, diversificada em termos de abordagem e estética. Isso interessa a muita gente”, conclui.

CINE BH
Exibição de filmes e debates, das 8h às 21h. Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). CCBB (Praça da Liberdade, 450). Informações: www.universoprocao.com.br.

VITÓRIA


O projeto vencedor do 5º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting foi 'A mensageira', da baiana Marília Hughes, apresentado pela produtora Coisa de Cinema. O prêmio oferece serviços cinematográficos que somam R$ 100 mil e uma vaga para participar do Torino Film Lab, na Itália. 'A febre', da Cine Luz, com direção de Maya Da-Rin e produção de Julia Murat, recebeu menção honrosa. O prêmio Apoio de Viagens foi para 'Aos olhos de Ernesto', da Casa de Cinema de Porto Alegre, com direção de Ana Luiza Azevedo e produção de Nicky Klöpsch.

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