'X-Men - Dias de um futuro esquecido' estreia em 39 salas da Grande BH

Filme tem belo visual, mas recicla ideias já levadas à tela. Diálogos piegas enfraquecem a nova saga de mutantes

por Walter Sebastião 22/05/2014 11:16

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Fox/divulgação
Os mutantes 'A Fera' (Nicholas Hoult), 'Professor X' (James McAvoy) e 'Wolverine' (Hugh Jackman) lutam pela vida (foto: Fox/divulgação)
'X-Men – Dias de um futuro esquecido', dirigido por Bryan Singer, coloca nas telas uma história ambientada no futuro. Resultado do salto evolutivo da raça humana, mutantes são caçados pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados pelo cientista Bolivar Trask (Peter Dinklage), e precisam encontrar um modo de sobreviver. Entre eles estão integrantes da equipe X-Men: o professor Charles Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen Page) e Wolverine (Hugh Jackman). O grupo planeja enviar alguém à decada de 1970 para alterar o episódio que contribuiu para a invencibilidade dos Sentinelas.

O longa, que estreia hoje em 39 salas da Grande BH, até começa bem. Os 10 minutos iniciais são eletrizantes, prometendo o confronto dos super-heróis com o próprio passado. Aos poucos (até com elegância), ele perde o encanto. Apesar de a trama povoada de mutantes abordar temas como tempo, consciência e memória, trata-se de um filme convencional. Ou seja, outra história sobre viagem ao passado – tema explorado com mais verve tanto pelo primitivo 'O túnel do tempo' quanto pelo cômico De volta para o futuro, passando pelas estripulias do primeiro 'O exterminador do futuro', para ficar nos títulos mais conhecidos.

'X-Men...' não acrescenta uma linha aos antecessores. Pelo contrário: “recicla” várias ideias deles. O maior problema é a carência de imaginação e o argumento surpreendentemente modesto, questão agravada pela precariedade da estrutura dramática. Quase todos os diálogos são banais e piegas. Ao procurar humanizar o mutante, faz-se dele caricatura do ser humano com retórica sobre “diversidade”. Os atores se ressentem visivelmente da falta de material para trabalhar, ficam “soltos”, andando para lá e para cá.

O diretor Bryan Singer avança em todas as direções (filme de ação, drama psi, ficção científica), mas o longa não consegue ser convincente (ou divertido) em nenhuma delas. O novo 'X-Men...' ficou, simplesmente, sem identidade.

Capricho

Um ótimo aspecto do novo longa é o visual. Letreiros, computação gráfica e figurinos foram produzidos com capricho e habilidade dignos de nota, inclusive explorando bem as possibilidades do 3D. Produto da harmônica integração entre fotografia, direção de arte e efeitos especiais, a visualidade gera sequências de impacto. Tal aspecto, ao atravessar todo o filme, acaba insinuando o que ele poderia ser, mas infelizmente não é: uma história ambientada em um universo levemente bizarro, na fronteira entre o humano e o sobre-humano. Um drama de figuras cuja história (inclusive “genética”) também está entre dois mundos.

ELES LUTAM DESDE 1963

Criada por Stan Lee e Jack Kirby, X-Men é uma equipe de super-heróis lançada pela Marvel Comics em 1963. A primeira revista em quadrinhos trouxe os personagens Professor X, fundador do grupo, Ciclope, Fera, Homem de Gelo, Anjo e Garota Marvel. Em 1970, essa tropa se tornou multirracial ao incorporar o alemão Noturno, o irlandês Banshee, o canadense Wolverine, o russo Colossus, a queniana Tempestade e o japonês Solaris. A turma
sobre-humana já estrelou vários filmes.
 
Confira o trailer de 'X-Men - Dias de um futuro esquecido':
 
 

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