Ator paulistano Marat Descartes será o homenageado da 17ª Mostra de Tiradentes

Evento que acontece em janeiro terá na pauta o improviso, o imprevisto e a provocação

por Carolina Braga 16/12/2013 07:20

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Toni Pires/Divulgação
"Quando você encara um set todos os dias e percebe o que é esse negócio de pintar quadro a quadro de uma história é muito mágico e interessante", Marat Descartes, ator mágico e interessante (foto: Toni Pires/Divulgação)
Num desses encontros casuais em porta de cinema, o ator Marat Descartes, de 38 anos, bateu um papo rápido com o curador da Mostra de Cinema de Tiradentes, Cléber Eduardo. Surpreendeu-se com a curiosidade dele. “Ele me perguntou se eu tinha mais filmes para estrear no ano que vem. Demorei uns dois dias para desconfiar que poderia ser para Tiradentes. Mas não atinei que a pergunta teria esse fim”, conta Marat.


















O fim, no caso, é a homenagem que o paulistano receberá da 17ª edição do festival mineiro, marcada para 24 de janeiro a 1º de fevereiro de 2014. A próxima mostra terá como tema “Processos audiovisuais criativos”, sinal de que o modo como a atual geração tem realizado seus projetos estará nas mesas de discussão.

“O cinema brasileiro é jovem. Temos privilegiado a escolha de profissionais que estão atuando no cinema brasileiro feito hoje, com carreira consistente, coerente com o que eles se propõem e que permite diálogo com a temática”, ressalta Raquel Hallak, coordenadora da Mostra de Cinema de Tiradentes.

Formado em artes cênicas pela Escola de Arte Dramática da USP, Marat Descartes até hoje se considera um homem muito mais do teatro do que da sétima arte. Afinal, são mais de 15 anos dedicados aos palcos e o cinema entrou na vida dele somente em 2007. Mas tudo foi rápido. Desde então, ele acumula 13 filmes, sendo 10 longas-metragens. “Tenho um pouco a ver com o perfil da mostra por talvez estar representando um cinema mais alternativo e experimental”, diz o homenageado.

O primeiro longa protagonizado por Marat Descartes foi 'Os inquilinos' (2009), de Sérgio Bianchi, que inclusive esteve em cartaz no festival. Naquela trama, sobre conflitos de vizinhos, a interpretação contida de um homem de família angustiado com os barulhos da casa ao lado demonstrou o talento para encarar papéis complexos. Assim também são, entre outros, o Otávio de 'Trabalhar cansa' (2011) e o Guto de Super nada (2012), com o qual conquistou o Kikito de melhor ator em 2012.

Angústia

“São personagens que têm interioridade muito grande, têm a ver com a angústia do paulistano, de ter que vencer na vida”, comenta. Mesmo que tenha, de certa forma, demorado a entrar para o cinema, Marat não esconde a paixão. “Já gostava, fazia alguns curtas, participações em longas, mas quando você encara um set todos os dias e percebe o que é esse negócio de pintar quadro a quadro de uma história, é muito mágico e interessante”.

Como é tradição, na Mostra Homenagem serão exibidos os novíssimos trabalhos de Marat Descartes. O principal deles é o longa 'Quando eu era vivo', com direção Marco Dutra e roteiro de Gabriela Amaral Almeida, triller psicológico com pitadas de sobrenatural, programado para a noite de abertura. Antônio Fagundes e Sandy também estão no elenco. A trama gira em torno de um homem que perde o emprego e volta para a casa do pai (Fagundes). “Quando chega lá, ele vê que não é a mesma casa onde cresceu, resolve investigar o passado, vai atrás da memória da mãe e aí começa todo o suspense”, conta.

O cinema que estará na Mostra de Tiradentes 2014 será o do improviso, do imprevisto e da provocação. “A ideia é colocar esses novos paradigmas em debate”, diz Raquel Hallak. A previsão é de que se mantenha a média de 100 produções nacionais em exibição com entrada franca, durante os sete dias. A seleção de curtas será divulgada na semana que vem e a de longas até 15 de janeiro.

Marat em Tiradentes

Longas

'Quando eu era vivo' (2014), de Marco Dutra
'Uma dose violenta para qualquer coisa' (2013), de Gustavo Galvão

Média

'E além de tudo me deixou mudo o violão' (2013), de Anna Muylaert

Curtas
'Uma confusão cotidiana' (2006), de Marat Descartes
'145' (2008), de Gero Camilo
'Fala comigo agora!' (2012), de Karina Ades e Joaquim Lino
'A caminho de casa' (2014), de Paula Szutan e Renata Terra

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