Uma imigrante argentino-brasileira frequenta, noite após noite, festas exclusivas em Nova York que celebram o glamour de estrelas de Hollywood. Mas ela vai aos eventos também para se alimentar, já que vive na dureza e mora em um quarto minúsculo, que esconde para manter sua imagem de diva. Esperta, cheia de segredos, ela se rebela (depois de topar) com a proposta de um filme sobre sua vida, inclusive enfrentando o diretor. É este o enredo do documentário Laura, em cartaz no Cine 104, primeiro longa de Fellipe Gamarano Barbosa, de 33 anos. Hoje, depois da sessão que começa às 20h30, ele conversa com o público.
“Sou da ficção. O documentário foi um aventura dura, traumática, desgastante e espero não fazer outro tão cedo”, garante Fellipe Barbosa, contando que foi ameaçado de todas as maneiras. Na origem dos conflitos, explica, estiveram divergências entre ele e a personagem sobre como deveria ser o filme. O que obrigou o diretor a entrar em cena. “Filmamos como um reality show e, durante a montagem, construímos uma história”, observa. O foco é a relação da dupla, sem muita preocupação com cronologia. O filme está circulando por festivais. Ganhou prêmio de Melhor Documentário no Hamptons International Film Festival, em Nova York.