'Tá chovendo hambúrguer 2' começa bem, mas acaba repetindo clichês

Animação tem como um dos temas o competitivo mercado entre startups. Filme tem estreia nesta sexta-feira nos cinemas brasileiros

por Carolina Braga 04/10/2013 08:45

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Sony Pictures Animation/Divulgação
(foto: Sony Pictures Animation/Divulgação)
É difícil não se deixar encantar, de imediato, pelas cores de Tá chovendo hambúrguer 2. Quem não se lembra do início da história não precisa se preocupar. De cara tem uma “colher de chá” para aqueles que desconhecem a aventura de Flint e seus amigos. Ele é um aspirante a inventor que cria uma máquina de fazer comida. Como a experiência não sai exatamente do jeito que planejou, o aparato precisa ser desativado.

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'Tá chovendo hambúrguer 2' começa exatamente do ponto em que terminou o antecessor. Sabemos que o sonho de Flint é ser cientista e que ele tem como ídolo uma criatura com uma barbicha esquisita chamada Chester V. Embora o filme seja recomendado para crianças a partir de 3 anos, a primeira parte do roteiro surpreende os adultos tamanha a ironia como apresenta o cenário de “sonhos” criado pelo veterano.

Semelhanças com o competitivo mercado das startups não parecem ser mera coincidência. Chester é uma espécie de Steve Jobs do mundo animado. Figura de índole questionável, com discurso sedutor, reúne os melhores inventores do mundo na The Live Corp, empresa altamente tecnológica. Ciente dos feitos de Flint e sua turma, o chefão vê na máquina de comidas a chance de expandir os negócios e vai à caça do menino.

Ao contrário do que Flint pensou, a invenção dele continua despistadamente em atividade. A diferença é que, agora, os alimentos têm vida. Essa é a parte que promete encantar a criançada. O morango é quase um bicho de estimação, o hambúrguer se juntou com a batata frita e também se assemelha a um cão de guarda. Enfim, pepinos, alhos, cebolas, mangas, abacaxis, queijo, tudo tem vida própria.

Eles habitam um mundo diferente, muito colorido, uma chance e tanto para os animadores em 3D se esbaldarem. E foi o que fizeram. Mas, apesar disso, no momento em que a trama de 'Tá chovendo hambúrguer 2' se concentra em uma nova busca pela máquina desregulada, a saga se torna repetitiva e o ritmo do filme cai.

Além disso, como todo exemplar do gênero 'Tá chovendo hambúrguer 2' não escapa das lições de moral. Frases como “suas ideias podem mudar o mundo”, “não existe ciência pequena e sim pequenos cientistas”, sem falar nos diálogos que enaltecem a importância da amizade, união, família, todas repetidas sem necessidade. O longa é didático, para não dizer explícito até demais, na mensagem que quer passar. Do fôlego inteligente na primeira parte, 'Tá chovendo hambúrguer 2' perde ritmo e cai no clichê na metade final.

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