Janet Leigh, estrela de 'Psicose', visitou BH há mais de 50 anos; saiba como foi

Protagonista da famosa cena do chuveiro dirigida por Hitchcock, Janet Leigh encantou os fãs quando visitou a capital, em 1961. Mostra dedicada a Hitchcock reservou um dia só para o clássico, no próximo sábado, 17

por Carolina Braga 12/08/2013 08:47

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Reprodução/Arquivo EM
Protagonista da trama mais famosa de Hitchcock, Janet divulgou a obra no Cine Metrópole (à dir.) (foto: Reprodução/Arquivo EM)
Teria sido um programa infantil? Ou um sorteio promovido pela TV Itacolomi a levou ao Edifício Acaiaca? Do motivo, Ieda Dias já não se lembra. Mas jamais se esqueceu daquele novembro de 1961. A menina estava no último andar do Acaiaca. Quando a porta do elevador se abriu, de lá saiu a atriz Janet Leigh (1927 –2004).

Sim, a estrela de 'Psicose' conheceu Belo Horizonte. “Uma coisa me marcou: ela era muito branquinha, usava vestido preto e sapato com strass no salto. A meia tinha costura atrás”, revela Ieda. Aos 13 anos, percebeu que estava diante de uma celebridade de Hollywood. Mas não sabia que a moça foi protagonista de uma das cenas mais emblemáticas da sétima arte: o assassinato no chuveiro.

No próximo sábado, 17, BH assistirá ao 'Dia Psicose', evento especial da mostra 'Hitchcock é o cinema', realizada no Cine Humberto Mauro. Além da exibição de cópias do clássico de 1960 em DCP (formato digital de alta qualidade) e em película, o público verá dois trabalhos ligados ao original: 'Psicose II', dirigido por Richard Franklin, e a refilmagem assinada por Gus van Sant.

Janet Leigh veio ao Brasil no auge do fenômeno 'Psicose'. A visita foi organizada pelo escritório de divulgação do governo dos Estados Unidos. A atriz passou três dias em BH. Da agenda constavam compromissos oficiais com o governador Magalhães Pinto, entrevista à TV Itacolomi, visita ao Cine Metrópole e encontro com estudantes do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos (Icbeu).

Arquivo EM
Em entrevista na TV Itacolomi, Janet foi recebida por Harry Stone, o jornalista Carlos Gaspar e Peter H. Jellinek, representante do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (foto: Arquivo EM)
O músico e radialista Bob Tostes ainda se lembra daquele novembro: “Fizeram um concurso na escola e o aluno com a melhor nota ganharia ingresso para a palestra de Janet Leigh. Eu, o adolescente maluco por cinema, ganhei. Fiquei imóvel diante dela”. Ele descreve a estrela elegante, cujo vestido vermelho esvoaçante contrastava com o cinza das roupas dos demais integrantes da mesa. No centro do palco, Janet falou sobre sua experiência com Mr. Hitchcock.

“Voltei para casa emocionado, uma atriz do porte dela causava impacto. Naquela época, o cinema era muito mais mágico, distante e inatingível”, compara.

Ieda Dias ressalta a simpatia de Janet: “Ela cumprimentou todo mundo, parecia ser uma pessoa acessível”. E realmente era, garante o professor Paulo Roberto de Assis. Ele e a esposa, Imara, trabalhavam no Icbeu e recepcionaram a visita ilustre. Janet Leigh foi o centro de um chá das cinco na Biblioteca Thomas Jefferson. “A simpatia dela era marcante. Estava sempre disposta a responder a qualquer pergunta”, conta Assis.

Na calçada em frente ao Icbeu, um grupo de 50 pessoas esperou a chance de ver a celebridade. O biólogo aposentado Rocky Gadelha era uma delas. Pela TV, ele e os colegas do Colégio Arnaldo ficaram sabendo da visita da estrela. “Fomos para lá à tarde fazer plantão, não acreditávamos que poderíamos conseguir. De repente, abriram a porta e ela desceu. Deu aquela tremedeira nas pernas. Janet era muito mais bonita ao vivo, nunca vi nada igual ao azul daqueles olhos”, conta. A atriz cumprimentou cada fã. “Ficamos muitos dias sem lavar a mão que a estrela de Hollywood tocou”, diverte-se.

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Na adolescência, o radialista Bob Tostes venceu concurso na escola e conheceu a estrela (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Aos 18 anos, Rocky Gadelha já assistira a 'Psicose'. “A primeira vez que a gente vê esse filme, é uma coisa tremenda, muito chocante. Fiquei com tanto medo que nunca mais tomei banho com a porta aberta”, brinca. “Depois de 'Psicose', Janet fez outro filmaço: 'Sob domínio do mal' (1962), com o Frank Sinatra. Ela participou também do musical 'Bye bye Birdie' (1963). A partir dali, seus filmes começaram a ficar piores”, comenta Bob Tostes. “Versátil, ela fez bons westerns, musicais e dramas. Grande parte da popularidade dela veio do casamento com Tony Curtis. Eles eram o casalzinho 20 de Hollywood”, conclui.

DVD E POSTER
Na sexta-feira, 16, o Estado de Minas e o Portal UAI sortearão kits com DVDs de filmes de Alfred Hitchcock acompanhados do pôster que reproduz a capa do jornal publicada em 31 de julho para homenagear o mestre do suspense. O kit 1 traz os filmes 'Psicose' e 'O terceiro tiro'; o kit 2, 'Janela indiscreta' e 'Trama macabra'; o kit 3, 'Disque M para matar' e 'Suspeita'; e o kit 4, 'Frenesi' e 'Chantagem & confissão'.

 

Podem participar todos os internautas do portal. Basta entrar na sessão de promoções do Divirta-se, e preencher os dados cadastrais. A retirada dos prêmios ocorrerá na TV Alterosa (Avenida Assis Chateaubriand, 499, Floresta) nos dias 17 (das 9h às 13h) e 19 (das 8h às 17h). O ganhador deve apresentar documento de identidade original.

DIA PSICOSE

Sábado, 17 de agosto, no Cine Humberto Mauro (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca. Ingressos devem ser retirados meia hora antes do início da sessão
14h – 'Psicose' (1960), de Alfred Hitchcock, 35 mm.
16h – 'Psicose 2' (1983), de Richard Franklin, DVD. Sessão comentada
18h30 – 'Psicose' (1998), de Gus van Sant. DVD. Sessão comentada
20h45 – Palestra do crítico Marcelo Miranda
22h30 – 'Psicose' (1960), de Alfred Hitchcock. DCP

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