Mostra especial com toda a obra de Alfred Hitchcock é opção para o fim de semana

Mestre do suspense marcou a vida de artistas brasileiros

por Carolina Braga 02/08/2013 06:00

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Do primeiro Hitchcock ninguém se esquece. Principalmente se a estreia no universo do suspense se der com um clássico do cineasta inglês, cuja obra foi reunida em caprichada mostra em cartaz na capital mineira.


Que o diga a cantora Aline Calixto. Com apenas 12 anos, ela assistiu a 'Psicose'. “Fiquei tão espantada que fui vê-lo novamente no outro dia. Diferentemente de outros filmes de Alfred Hitchcock, 'Psicose' é direto, sem muitos rodeios. Você entra e, pouco tempo depois, alguém morre. O olhar pós-morte daquela personagem para nós, os espectadores, é arrebatador”, diz.

O cineasta Kleber Mendonça Filho, diretor do aclamado 'O som ao redor', gosta especialmente de 'Janela indiscreta'. “É um filme sobre olhar e ver, sobre pontos de vista, tensão, voyeurismo e sensualidade, a sensualidade de arriscar. É um filme sobre o cinema, sem nunca se esforçar demais para isso”, afirma ele.

Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu, adora a trama bem construída de 'Um corpo que cai'. “Muitos se veem naquela situação, com medo de altura, confrontando-se com esse medo. Plasticamente falando, está entre os filmes mais bonitos de Hitchcock. Remete a túnel do tempo, até me lembra o bolo de rolo nordestino. Não me esqueço daquela imagem muito forte, apesar de ser um filme de suspense. Vale a pena vê-lo em qualquer época”, aconselha.

O preferido do músico Lenine é 'Festim diabólico'. “Esse filme usa cortes milimetricamente cronometrados para fazer, de forma brilhante, a fusão de um rolo para outro. Hitchcock inventou uma forma totalmente diferente de cinema. Quem poderia imaginar, antes dele, que um bando revoltoso de aves poderia colocar medo em alguém?”, comenta o compositor.

Até 5 de setembro, 54 longas dirigidos pelo mestre inglês serão exibidos na mostra 'Hitchcock é o cinema', além de 94 produções feitas para a TV. A entrada é franca, mas fique esperto: ingressos serão distribuídos meia hora antes do início das sessões.

MEU FILME PREFERIDO


» Festim diabólico (1948)
“Filme feito em uma cena só, dentro de uma casa, na sala, com plano reto e que dura por volta de 10 minutos. Ele me marcou muito por sua criatividade. Lembra meu O despertar da besta.”
JOSÉ MOJICA MARINS, cineasta

O homem que sabia demais (1934)
“Como maestro, não poderia deixar de citar este filme e a antológica cena de um concerto sinfônico no Albert Hall, em Londres. A cena mostra a trama para assassinar o primeiro-ministro: na plateia, a mulher segue, desconfiada, os movimentos do atirador, que espera a ‘pratada’ do percussionista para cobrir o barulho do tiro. Gosto desse humor diferente, que chama a atenção para detalhes muito pequenos, explorando reações com olhares e gestos.”
MARCELO RAMOS, maestro

Os pássaros (1963)
“Hitchcock nos deixa ligados não só no enredo, mas em cada detalhe da trama. Qualquer situação inofensiva pode ter um desenvolvimento atroz. O início é tranquilo, até cômico. Ninguém imagina que os pássaros, tão inocentes, vão se tornar assassinos horríveis. Ele brinca com o sobrenatural.”
LEONARDO PIMENTA, chef de cozinha

PROGRAMAÇÃO

» Sexta
15h – Cortina rasgada (1966)
17h15 – A dama oculta (1938)
19h – Downhill (1927)
21h – Marnie, confissões de uma ladra (1964)

» Sábado
14h – Série de TV: Alfred Hitchcock apresenta. Episódios “Vingança”, “Colapso” e “O caso do sr. Pelham”
15h30 – Valsas de Viena (1934)
17h45 – O homem errado (1957)
19h45 – O ringue (1927)
21h45 – Psicose (1960)

» Domingo
14h30 – Sabotagem (1936)
16h – Intriga internacional (1959)
18h30 – Os pássaros (1963)
20h45 – A estalagem maldita (1939)


Cine Humberto Mauro. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Entrada franca. Retirada de ingressos meia hora antes do início das sessões. Programação: www.palaciodasartes.com.br

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