Ryan Gosling e diretor de Drive repetem parceria em longa exibido em Cannes

'Only god forgives', de Nicolas Winding Refn, foi apresentado nesta quarta-feira, 22, durante o festival

22/05/2013 16:54

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ANNE-CHRISTINE POUJOULAT / AFP
(foto: ANNE-CHRISTINE POUJOULAT / AFP)
O ator Ryan Gosling viaja a Bangcoc no violento 'Only god forgives' ("Apenas Deus Perdoa"), do dinamarquês Nicolas Winding Refn, exibido nesta quarta-feira, 22, em Cannes, dois anos depois do cineasta ter recebido o prêmio de melhor diretor por 'Drive', com o mesmo ator. "O filme mostra um homem que deseja combater Deus", afirmou o diretor, que dedicou o longa-metragem ao cineasta chileno Alejandro Jodorowsky, que considera como pai espiritual.


"Sempre fui fascinado por sua linguagem cinematográfica, longe de todas as convenções", afirmou o diretor. Para grande decepção de muitos jornalistas, Gosling não viajou a Cannes. Ele está rodando seu primeiro filme como diretor, "How to catch a monster", com Christina Hendricks e Eva Mendes, sua namorada. "Lamento muito não poder estar Cannes, estou na terceira semana das filmagens", disse Gosling, de 33 anos, em uma mensagem que foi lida na sala de imprensa após a exibição do filme, recebido sem muito entusiasmo pela crítica.

O ator canadense, que foi proibido por uma seguradora de viajar de avião durante as filmagens, interpreta em 'Only god forgives' Julian, um personagem silencioso e torturado, que dirige um clube de Muay Thai, boxe tailandês, que serve de fachada para o tráfico de droga.

Sua mãe, uma mistura de Lady Macbeth e Donatella Versace interpretada por Kristin Scott Thomas, chega a Bangcoc para repatriar o corpo do filho preferido, o irmão de Julian, que foi assassinado brutalmente por uma jovem prostituta, e pede ao outro que a ajude em uma vingança.

Mas o verdadeiro protagonista do filme não é Gosling, que pronuncia 12 curtas frases em todo o longa-metragem, e sim Chan (o ator tailandês Vithaya Pansringarm), um enigmático ex-policial budista, mistura de samurai e justiceiro divino. Chang, que destila uma calma marcial, tenta limpar Bangcoc, cidade de 12 milhões de habitantes, de seu lado obscuro: bordéis, clubes noturnos, drogas.

"É um policial aposentado que sente que tem um poder espiritual", explicou o ator tailandês. De acordo com ele, Winding Refn disse que ele tinha que "interpretar Deus". "É um filme sobre misticismo e realidade, sobre o percurso espiritual de um homem", destacou Winding Refn, premiado em 2012 como melhor diretor em Cannes por 'Drive'.

O cineasta, que disse ter começado a pensar em 'Only god forgives' antes de 'Drive', afirmou ser fascinado pelo cinema asiático, os filmes de artes marciais e pela magia desta região do mundo. "Na Ásia não existe esta separação que há no Ocidente entre a realidade e o mundo místico", disse o diretor, que rebateu as opiniões de que seu filme, que inclui cenas de grande violência, seja "niilista".

"Acredito que é mais místico", declarou. Ele contou que quando sua filha nasceu, a menina "tinha a habilidade de ver fantasmas". "Estávamos em Bangcoc e no hotel chamaram uma espécie de xamã, para que expulsasse o fantasma que a assustava", disse Winding Ref, para quem a arte tem "muito a ver com o mundo do inconsciente".

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