O filme, conta o diretor, entrelaça o recomeço de vida de quatro pessoas que, em certo momento, pensaram em morrer. "É ficção sobre momento de decisão e coragem de mudar a própria vida", acrescenta. A história vem da peça 'Cinema', também de Anderson Anibal, apresentada pela Cia. Clara e agora vivida na tela por atores convidados.
Anderson Anibal explica que é um drama, construído com textos simples, curtos e ligados ao cotidiano, apresentados com a estética da Cia. Clara. "O nosso interesse é por dramaturgia não naturalista, que desconstrói a realidade para levar a universo poético”, avisa. Aspectos que, observa, acabam remetendo a encenações" mais ritualísticas, mais desenhadas e marcadas” do que visto no cinema.
"Tenho relações afetivas com a nouvelle vague por promover a ruptura irônica com o realismo, sem perder a conexão com o espectador", justifica o diretor, lembrando o movimento francês dos anos 1950 que renovou a linguagem cinematográfica.
A decisão da Cia. Clara de produzir um filme deve-se ao fato de que referências ao cinema sempre foram muito presentes nas produções do grupo. Dois personagens de 'A natureza das coisas' sinalizam esse gosto. Regina (Inez Peixoto) veio de uma figura presente em 'A mulher do lado', do francês François Truffaut. Bernard (José Vilaça) tem avó cinéfila. Estão no elenco do filme Bruna Chiaradia, Cristiano Araújo, Eduardo Moreira, Líbia Tavares, Beth Grandi e Jorge Rios.
Anderson Anibal gostou da experiência e conta que já está às voltas com elaboração de roteiro para outro filme. "Editar imagens é parecido com ensaio de teatro", garante.