'Sejam muito bem-vindos' promove encontro inusitado que modifica caminhos

Jeanne Lambert, que estreia em cinema, e o veterano Patrick Chesnais mostram química em cena

por Carolina Braga 29/03/2013 08:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.

Imovision/Divulgação
(foto: Imovision/Divulgação)
A recente filmografia francesa chama a atenção para a variedade de propostas cinematográficas que andam sendo feitas por lá. Aliás, diversidade nunca faltou. Mas para quem pensa que a produção do país é necessariamente restrita aos extremos – drama pesado de um lado e comédias leves do outro –, 'Sejam muito bem-vindos', a estreia desta semana, é a prova de que há um meio termo nisso. Inclusive, exemplares desse “tipo” francês têm feito muito sucesso, vide longas como 'Os intocáveis' (2011), 'E se vivêssemos todos juntos' (2012).

Veja mais fotos do filme

Confira os horários das sessões

Escrito e dirigido por Jean Becker (também responsável pelo bem-sucedido 'Minhas tardes com Margueritte', de 2010), é a história de um experiente pintor em crise criativa. No auge da depressão, Taillandier (Patrick Chesnais) resolve abandonar família e trabalho para partir em busca de si mesmo. Literalmente no meio do caminho, conhece a adolescente Marylou (Jeanne Lambert), expulsa de casa pela mãe, depois de crise com o padrasto. Sim, a trama é meio trivial mesmo, aquela coisa do encontro que modifica os protagonistas.


Não é a primeira vez que Jean Becker trata disso e novamente o faz com absoluta despretensão. Eis o principal mérito do filme. É uma história banal, sem surpresas e que, ainda assim, guarda certa profundidade no que o diretor pretende discutir. Becker deixa claro o quanto uma relação sincera – independentemente de sua natureza – pode ser transformadora.


Leveza é característica importante no longa. Apesar de falar sobre crise existencial, violência familiar, por exemplo, Jean Becker não abre mão de certo lirismo para abordar esses temas. 'Sejam muito bem-vindos' não traz qualquer inovação em sua narrativa. É tradicional, nos planos, nos cortes e até mesmo na trilha sonora. Se nem mesmo a trama se funda em reviravoltas, a delicadeza com que os dois protagonistas constroem a amizade é cativante. Muito disso se deve à química que os atores demonstram na tela.


Generosidade, no caso, não parece ser algo restrito a Taillandier e Marylou, mas também ponto forte da troca entre o veterano Patrick Chesnais, um dos mais respeitados de sua geração, e a estreante Jeanne Lambert. A despeito de toda a diferença de currículo – ele com 118 trabalhos; ela, na primeira experiência – a dupla de atores exibe impressionante equilíbrio em cena. É difícil não acreditar na sinceridade dos dramas de cada um.

Assista ao trailer do filme:

MAIS SOBRE CINEMA