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Escrito e dirigido por Jean Becker (também responsável pelo bem-sucedido 'Minhas tardes com Margueritte', de 2010), é a história de um experiente pintor em crise criativa. No auge da depressão, Taillandier (Patrick Chesnais) resolve abandonar família e trabalho para partir em busca de si mesmo. Literalmente no meio do caminho, conhece a adolescente Marylou (Jeanne Lambert), expulsa de casa pela mãe, depois de crise com o padrasto. Sim, a trama é meio trivial mesmo, aquela coisa do encontro que modifica os protagonistas.
Não é a primeira vez que Jean Becker trata disso e novamente o faz com absoluta despretensão. Eis o principal mérito do filme. É uma história banal, sem surpresas e que, ainda assim, guarda certa profundidade no que o diretor pretende discutir. Becker deixa claro o quanto uma relação sincera – independentemente de sua natureza – pode ser transformadora.
Leveza é característica importante no longa. Apesar de falar sobre crise existencial, violência familiar, por exemplo, Jean Becker não abre mão de certo lirismo para abordar esses temas. 'Sejam muito bem-vindos' não traz qualquer inovação em sua narrativa. É tradicional, nos planos, nos cortes e até mesmo na trilha sonora. Se nem mesmo a trama se funda em reviravoltas, a delicadeza com que os dois protagonistas constroem a amizade é cativante. Muito disso se deve à química que os atores demonstram na tela.
Generosidade, no caso, não parece ser algo restrito a Taillandier e Marylou, mas também ponto forte da troca entre o veterano Patrick Chesnais, um dos mais respeitados de sua geração, e a estreante Jeanne Lambert. A despeito de toda a diferença de currículo – ele com 118 trabalhos; ela, na primeira experiência – a dupla de atores exibe impressionante equilíbrio em cena. É difícil não acreditar na sinceridade dos dramas de cada um.
Assista ao trailer do filme: