Filme argentino 'O último Elvis', de Armando Bo, estreia em Belo Horizonte

Operário de uma fábrica durante o dia, personagem Carlos Gutiérrez jura que é Elvis Presley à noite

por Sérgio Rodrigo Reis 29/03/2013 08:00

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Paris Filmes/Divulgação
O bom desempenho do ator John McInerny como cover de Elvis contribui para dar veracidade à trama (foto: Paris Filmes/Divulgação)
A relação entre os fãs e os ídolos nem sempre ocorre de maneira tão amena e tranquila como deveria. Não raras vezes, nos noticiários aparecem histórias de pessoas que fazem loucuras para personificar aspectos da vida de famosos ou se aventurar na tentativa de se aproximar do cotidiano dos artistas. O filme argentino 'O último Elvis' se apropria da velha máxima para compor narrativa capaz de, do início ao fim, hipnotizar a espectador.

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A história se passa em algum lugar da Argentina. O cantor Carlos Gutiérrez (John McInerny) sempre viveu à sombra do astro. Durante o dia, ele luta contra a realidade, trabalhando como operário numa fábrica para sobreviver.

 

À noite, traveste-se com tudo o que tem direito, na tentativa de personificar e reencarnar Elvis Presley. Ele acredita piamente, nessas situações, ser o próprio ídolo. Pouco a pouco, sua dependência psicológica da imagem do cantor famoso se transforma em obsessão capaz de sobrepor, inclusive, suas próprias identidade e personalidade.


A dependência do roqueiro é vista sem maiores problemas pelas pessoas que o cercam, mas, com o passar do tempo, vai se tornando motivo de preocupação. Negando a si mesmo, o cover de Elvis entra em processo de decadência física e psíquica, principalmente quando se aproxima dos 42 anos, idade da morte trágica do ídolo.


Se numa situação inesperada envolvendo sua filha, batizada como a de Elvis de Lisa Marie (Margarita Lopez), ele retorna à realidade, não demora para que volte a reencarnar o ídolo, cada vez de forma mais intensa e definitiva.

O cantor inicia uma espécie de viagem aparentemente sem volta pela insanidade e pela música. Mas chegará um momento em que Carlos Gutiérrez terá que se decidir, de uma vez por todas, se vai se conectar à própria realidade ou viver para sempre à sombra de Elvis.


A trama, aparentemente ingênua, consegue arrebatar o espectador, tanto pelo roteiro bem amarrado quanto pelas boas interpretações. Com poucos atores em cena, o filme fisga o espectador, sobretudo pela atuação do protagonista, muito bem interpretado por John McInerny.


A direção de Armando Bo consegue imprimir veracidade à trama, contextualizando bem a história, um tanto quanto diferente do “estilo argentino” de realizar longas. No caso de 'O último Elvis' sai de cena o drama existencial típico das películas portenhas para dar lugar ao enredo mais universal, contado em estilo mais próximo dos filmes americanos.

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