Longa brasileiro 'A busca' narra o drama de pais que procuram o filho desaparecido

Filme que estreia nesta sexta-feira tem Wagner Moura como protagonista

por Mariana Peixoto 15/03/2013 08:00

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Priscila Prade/Divulgação
A separação é apenas um dos problemas do ex-casal Theo (Wagner Moura) e Branca (Mariana Lima) (foto: Priscila Prade/Divulgação )
Um casal inicia uma DR daquelas. Ele quer falar sobre a piscina que está sendo construída na casa. Ela diz que não tem interesse algum, já que, uma vez separados, o imóvel deverá ser vendido. A situação chega ao nível do insuportável quando ele descobre uma cadeira nova em folha que seu pai havia enviado para o neto. Sem pensar duas vezes, destrói o móvel. O garoto sente fundo a briga, tranca-se no quarto. Dias mais tarde, com os ânimos arrefecidos, o ex-casal volta a se encontrar para celebrar o aniversário de 15 anos do filho. Este, que havia dito que ia viajar com um colega, não volta para casa.

É a partir do desaparecimento do adolescente que tem início a ação de 'A busca', primeiro longa-metragem de Luciano Moura, um dos diretores da O2. É centrado basicamente na figura de Theo (Wagner Moura), o médico que, em meio às ruínas de seu casamento com Branca (Mariana Lima), larga tudo para ir atrás do filho, Pedro (Brás Moreau Antunes). O título genérico, juntamente ao momento inicial da narrativa, levam a crer que a história é sobre a tentativa de encontrar o garoto. Também é, mas o cerne da questão é outro: Theo, controlador e intransigente, vai se transformando quando inicia a busca pelo filho.

Num tom quase de fábula, o pai vai encontrando pelo caminho pequenas pistas que podem levar até o garoto. Sai de uma cidade grande em direção ao mar, passando por lugarejos inóspitos cheios de personagens atípicos – um dos méritos do filme é colocar grandes atores em participações pequenas mas marcantes, como Rui Resende, Leandro Firmino da Hora (o Zé Pequeno de 'Cidade de Deus', em momento leve da narrativa) e Abrahão Farc (numa das melhores sequências do filme, como um cardíaco que não quer emprestar o celular).

A intenção é fazer um thriller. A trilha sonora de Beto Vilares, em tom excessivo, tenta dar o clima de tensão, pontuando desnecessariamente várias passagens. O humor surge de onde menos se espera. No fim, o processo da procura se torna mais interessante do que o próprio objetivo. Filme de atores, 'A busca' se salva pela interpretação do casal central e do elenco de apoio.

Três perguntas
Wagner moura

Você é de uma geração de atores que tem migrado para a direção. Tem intenção de fazer isso?

Estou com o projeto de adaptação de um livro que não posso dizer qual porque ainda está sendo negociado com o autor. Se rolar, é pra já. Acho que os atores têm uma visão muito privilegiada do processo do cinema, de dentro pra fora e aqueles que se interessam pela direção são pessoas com uma visão muito particular.

Você perdeu seu pai na época que estava filmando 'A busca', não?
Ele morreu depois, teve câncer, então ficou muito tempo doente. Muitos filmes que fiz têm uma relação forte de pai e filho ('Vips', 'Tropa de elite'). É meio 'Hamlet'. A mim emociona muito assistir filmes sobre paternidade... Talvez inconscientemente fique buscando falar nisso, já que meu pai era uma pessoa muito importante na minha vida, penso nele todos os dias.

Este ano também estreia seu primeiro filme internacional ('Elysium', de Neill Blomkamp). Tem vontade de seguir carreira lá fora?
Quero fazer bons filmes com bons diretores e roteiros legais. Aqui ou em qualquer outro lugar, não faço diferença. Lá fora é pior porque é longe. Filmei 'Elysium' (ficção científica ambientada em 2159) no Canadá e no México. É um filme grande, tem Matt Damon, Jodie Foster, Alice Braga. Fazer cinema é igualzinho em qualquer lugar, só que lá tem muito dinheiro, você tem um trailer com tem lareira dentro, a equipe é gigante, tanto que não consegue saber quem são aquelas pessoas todas. Mas na hora de filmar, um ator com outro, é tudo igual.

Assista ao trailer de 'A Busca':

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