'A busca' chega ao mercado para ocupar espaço entre comédias

Estrelado por Wagner Moura, o filme tem roteiro em que mistura thriller e drama

por Mariana Peixoto 05/03/2013 09:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Priscila Prade/divulgação
Wagner Moura interpreta o pai em meio à jornada pessoal em busca do filho adolescente (foto: Priscila Prade/divulgação)
São Paulo – O universo é totalmente diferente, mas, na falta de outro para comparar, 'O palhaço', de Selton Mello, foi o filme mais citado durante a entrevista de lançamento de 'A busca', longa-metragem dirigido por Luciano Moura e estrelado por Wagner Moura, que estreia no dia 15 em 180 salas do país.

“Tentamos fazer um filme mais adulto: sem relações pessoais estereotipadas e, ao mesmo tempo, um thriller para pegar o público. A intenção é abrir possibilidades para além das comédias e das produções mais herméticas, num trabalho que junte emoção e qualidade, sem se esquecer do espectador”, afirmou Luciano Moura.

Assim como 'O palhaço', 'A busca' se pauta na presença de um ótimo ator, no caso o intérprete do capitão Nascimento. Wagner Moura é Theo, médico com o casamento em ruínas com Branca (Mariana Lima). A vida lhe dá uma rasteira: o filho único, Pedro (Brás Moreau Antunes), desaparece quando está prestes a completar 15 anos. O sumiço desencadeia a ação, que leva o protagonista a encontrar a si mesmo.

No momento inicial, Theo só tem uma pista: o cavalo que o filho teria arrumado para a fuga. Seguindo o instinto – e pistas deixadas pelo garoto, por meio das pessoas que encontra pelo caminho –, o pai tenta refazer o percurso. Depara-se com situações – algumas, por vezes, inverossímeis – que acabam por testá-lo. O roteiro é assinado por Luciano Moura e Elena Soarez.
“Achei muito bonito o pai acabar conhecendo o filho pela ausência, pelas pistas que ele deixa. E há também o próprio descobrimento pessoal”, diz Wagner Moura.

Traumatizado pelo pai (Lima Duarte, em participação marcante), o Theo do início da narrativa sufoca a mulher e o filho adolescente. O homem que chega ao fim de 'A busca' é alguém renovado. Tanto em decorrência de seus encontros pelo caminho (conduz, por exemplo, um parto no meio do mato) quanto da situação em que ele próprio se colocou (rouba o celular de um cardíaco; vai parar em rave com um bando de jovens).

'A busca' teve première na edição do ano passado do Festival de Sundance, nos Estados Unidos. No Festival do Rio, ele ganhou o prêmio de melhor filme na opinião do público. A produção brasileira foi exibida também em vários eventos internacionais.

“O fato de termos ganhado no Rio é um sinal de que o filme funciona com o público. Acho bom existirem as comédias, mas, outro dia, assisti a 'O som ao redor' (de Kleber Mendonça Filho, a produção mais comentada do último ano). Buscamos um filme que não se enquadra em gênero específico, pois tem elementos de suspense, thriller e drama. Para fazer sucesso do tamanho que ele tem, é preciso conversar com o público. A relação das médias produções com o mercado nacional ainda está engatinhando”, afirma Wagner Moura.

Para Luciano Moura, da produtora O2 – além de filmes de publicidade, ele dirigiu episódios das séries de TV Filhos do carnaval (HBO) e Antônia (Globo) –, o primeiro longa trouxe um aprendizado e tanto. “Durante as sessões, têm me surpreendido as reações das pessoas às cenas dramáticas. Elas riem muito, então noto que o humor pontua espaços de uma forma que não esperava. Tentamos fazer um filme que não complique muito, antes de ser visto. Quero que as pessoas vão lá e assistam”, conclui o diretor.

Filho de peixe...

Priscila Prade/divulgação
(foto: Priscila Prade/divulgação)
Adolescente como o personagem Pedro, Brás Moreau Antunes (foto), a despeito do sobrenome – é filho do músico Arnaldo Antunes, que participou da trilha sonora de A busca, e de Zaba Moreau –, passou por rígida seleção antes de integrar o elenco. “Até então, só tinha feito pecinha de escola”, conta Brás. “Até a hora em que meu pai foi ajudar o Beto Villares na trilha sonora, o único trabalho que fizemos juntos foi passar o texto. Na verdade, ele não exerceu muita influência na composição do personagem”, informa o jovem ator.

*A repórter viajou a convite da Paris Filmes

MAIS SOBRE CINEMA