História fantástica de Ang Lee chega aos cinemas de Belo Horizonte

Adaptado dos livros para o cinema, As aventuras de Pi visita os limites entre o real e o sonho com imagens fantásticas

por Carolina Braga 21/12/2012 07:00

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Divulgação / 20th Century Fox
(foto: Divulgação / 20th Century Fox)
 

Baseado no livro A vida de Pi, de Yann Martel,o novo filme do diretor Ang Lee, As aventuras de Pi, desponta-se como um dos mais comentados da temporada de prêmios, inclusive, com indicações ao Globo de Ouro (diretor, filme de dramaemúsica original). A primeira incursão do cineasta taiwanês no 3D é um convite a pensar sobre o poder da memória. Veja mais imagens de As Aventuras de Pi

Confira os horários e salas de exibição do filme em Belo Horizonte Interpretado por Irrfan Khan na idade adulta, Ayush Tandon na adolescência e Gautam Belur na infância, Pi parece viver em um mundo paralelo. Não somente pelo nome esquisito que ganhou, Piscine Molitor Patel, filho de um dono de zoológico na Ìndia, sempre teve comportamento fora do comum. Em casa, na escola, na busca de sua espiritualidade. À medida que o protagonista narra suas memórias, percebemos o quanto ele tem uma maneira diferente de ver o mundo. É disso que vamos compartilhar.

 

Com dificuldades demanter o negócio,opai decide se transferir para o Canadá, de barco, com os animais,amulher e os dois filhos a tira colo. Dali em diante, As aventuras de Piépura experiência visual. No meio do caminho, terrível tempestade afunda o navio. Sobram Pi, uma hiena, um orangotango, uma zebra e o temido tigre de Bengala Richard Parker. É quase a mistura de Arca de Noé com Titanic. As leis da natureza cuidam de reduzirapopulação do bote salva-vidas. Restam, Pi e Parkeràderivaemalto-mar. Ali eles testam os próprios limites.

 

A narrativa se alterna entre os momentos em que Pi adulto conta ao escritor sua saga e a aventura em si, ou seja, quando o diretor se esbalda no poder que o cinema tem de criar realidades, ainda mais em tempos de 3D. As cenas de tempestade, com uso sofisticado de efeitos especiais, são dignas de destaque. As do naufrágio, então, são de despertar inveja em James Cameron.

 

As aventuras de Pi é fraco, porém, em suas interpretações. Estreante na telona, Ayush Tandon não tem maturidade suficiente para assumir um papel dessa envergadura. Da metade do filmeemdiante, ele fica praticamente sozinho em cena. Com exceção de Irrfan Khan, conhecido em Quem quer ser um milionário? e O Espetacular Homem-Aranha, o restante do elenco tem pouca experiência em telas internacionais. Tabu, que faz a mãe do protagonista, por exemplo, é rosto conhecido de Bollywood, a poderosa indústria de cinema da Índia.

 

O filme é uma viagem de descoberta interior. Ao traduzi-la em imagens, Ang Lee visitou os limites do real e do sonho. De certo modo, o diretor também pergunta a seu público, afinal, sendo a memória seletiva, o quanto da sua também não seria um pouco fantasia? No fim das contas, As aventuras de Piéumfilme sobre a capacidade de crença cada um.

 

Obra polêmica

 

Avitória de Yan Martel no Man Booker Prize desencadeou uma polêmica envolvendo o escritor brasileiro Moacyr Scliar. Isso porque,com a projeção internacional de A vida de Pi, descobriu-se que o livro vencedor era assumidamente inspirado em Maxeos felinos, do autor gaúcho. Acusações de plágio vieram àtona, já que as tramassão praticamente iguais. Na história criada por Moacyr, Max é alemão e, graças a um naufrágio na viagem de barco para o Brasil,é obrigado a dividir um bote com um jaguar. No livro de Yann, Pi sai da índia, também sofre um naufrágio e convive em alto-mar com um tigre-de-Bengala.

Assista ao trailer de As aventuras de Pi:

 



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