Suposto fim do mundo e apocalipse inspira o cinema e conquista o público

Cataclismo inspira a sétima arte e é tema de festival cinematográfico em Paris, com 80 títulos

por AFP - Agence France-Presse 11/12/2012 16:15

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Divulgação / Magnolia pictures
Melancolia, de Lars Von Trier - Apocalipse invade a sétima arte (foto: Divulgação / Magnolia pictures)
Pandemias que devastam a Humanidade, meteoritos que atingem o planeta, zumbis que desembarcam na Terra, multidões que acabam com tudo: o suposto fim do mundo segue inspirando o cinema e enchendo de terror e de público as salas de cinema. "Alguns dizem que o mundo acabará em fogo, outros em gelo", escreveu há um século o grande poeta americano Robert Frost. Mas no cinema os cenários apocalípticos são muito mais diversos, propondo desde invasões alienígenas a guerras nucleares, passando por destrutivos supercomputadores. Em 2012, a suposta profecia maia do fim do mundo, marcada para o dia 21 de dezembro, sugere que este tema é recorrente através dos séculos, e que seguirá estimulando grandes e lucrativas produções de Hollywood, assim como o cinema independente. A profecia maia anunciando um suposto Apocalipse no dia 21 de dezembro - uma data que os sacerdotes desta cultura insistem que marca apenas "o fim de um ciclo" - serviu de pretexto para revisitar a história mundial do cinema do Apocalipse. Em Paris, o Fórum de Imagens, um centro de cinema na capital francesa, concentra um ciclo ao cinema do fim do mundo, com 80 filmes. Uma de suas organizadoras, Isabelle Vanini, indicou à AFP que foi muito fácil encontrar títulos para elaborar sua programação. "Facilmente teria encontrado o dobro" de filmes, disse Vanin à AFP. "Há todo tipo" de filmes deste gênero: de populares filmes catástrofes a clássicos de ficção científica, comédias, pseudodocumentários e filmes artísticos em branco e preto e com baixo orçamento", indicou. -- Um novo gênero: o "Apocalipse íntimo", que reflete nossos medos -- "Nos últimos anos prosperou um novo gênero, que pode ser chamado de 'Apocalipse íntimo', que examina como algumas pessoas escolhem viver suas últimas horas", explicou Vanini, citando como exemplo 4:44 Last Day on Earth, do cineasta americano Abel Ferrara, sobre um casal em Nova York esperando o fim do mundo. Para o filósofo francês Peter Szendy, autor de um livro sobre o cinema do fim do mundo, este tipo de filmes trata de como se vive "à espera de um acontecimento terrível". O filme "conta uma história simples. Os mundos estão sempre acabando: quando alguém morre é o fim de um mundo", opinou. A dramática O Abrigo, do diretor de cinema independente Jeff Nichols - considerado um dos melhores filmes de terror do ano passado -, parte de um hipotético fim do mundo para explorar os terrores que planam sobre a sociedade americana contemporânea. O charmoso filme de Lars Von Trier Melancolia, que participou no ano passado do Festival de Cinema de Cannes, em maio, é um retrato íntimo de duas irmãs que se preparam para o choque da Terra com um planeta misterioso. "Muitos autores se voltaram recentemente para o tema do Apocalipse", disse Vanini. "Mas, diferentemente dos grandes filmes de entretenimento, nos quais o mundo fica em pedacinhos, estas produções são mais íntimas, vão mais fundo, e podem ser mais misteriosas". Além destas visões íntimas do fim do mundo, o cinema oferece cenários grandiosos, como Armagedon, de Michael Bay e protagonizado por Bruce Willis, no qual um asteróide do tamanho do Estado do Texas se dirige à Terra. Ou Guerra dos Mundos, uma versão do clássico de H.G.Wells que mostra a espetacular batalha travada para salvar o homem em sua luta contra seres de outro mundo. Entre as visões mais recentes de catástrofes planetárias, aparece a produção Procura-se um amigo para o fim do mundo, de Lorence Scafaria, que evoca a destruição da Terra após uma colisão com outro astro. Mas também está na moda o cinema pós-cataclismo, como A Estrada, uma visão muito pessoal da desolação após um Apocalipse ecológico. O fim do mundo, tema que acompanha a Sétima Arte quase desde seu início, continuará certamente alimentando a imaginação do cinema no século XXI, para o prazer dos espectadores que gostam de sentir medo nas salas escuras.

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