Clássicos da comédia italiana são lançados em DVD

Caixa apresenta três títulos do gênero que se popularizou nos anos 50

por Agência Estado 10/12/2012 14:38

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Divulgação / Titanus Filmes
Divórcio à italiana (1961), com Marcelo Mastroianni e Stefania Sandrelli, é um dos títulos que compõe a caixa (foto: Divulgação / Titanus Filmes)
Durante uns 20 anos, da metade dos anos 50 a meados dos 70, um gênero, a comédia à italiana, fez sucesso em seu país e no exterior. Fazia rir, esboçava uma sátira social inteligente e uma reflexão humana adulta. Era, como se diz, agridoce. A caixa da Versátil Clássicos da Comédia Italiana traz três dos mais significativos desses filmes - Divórcio à Italiana e Seduzida e Abandonada, ambos de Pietro Germi, e Os Eternos Desconhecidos, do mestre Mario Monicelli. Leia também: Mostra exibe longas e curta-metragens no Cine Humberto Mauro Nos elencos, atores conhecidíssimos, como Vittorio Gassman, Marcelo Mastroianni, Totò, Stefania Sandrelli, Claudia Cardinale e Lando Buzzanca. Muitos desses atores trabalharam nas obras dos mestres italianos que começavam a dominar o cinema de autor da época, como Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Luchino Visconti. Formavam o star system da Itália, cujo epicentro era Cinecittà, em Roma. Durante sua fase de ouro, o cinema italiano se equilibrava entre obras de grande prestígio artístico e filmes mais populares, que não deixavam de ter inteligência e senso crítico. Há, entre eles, algumas autênticas obras-primas. Grandes autores que se dedicaram quase exclusivamente ao gênero, como é o caso de Mario Monicelli. É dele Os Eternos Desconhecidos (1958), sátira hilariante aos filmes de assalto - há entre eles alguns clássicos, como O Segredo das Joias, de John Huston, com o qual Monicelli parece dialogar. Se em Huston o tema do assalto frustrado conduz ao trágico, em Monicelli leva à paródia, à ironia, e também à compaixão pela fragilidade dos pequenos. Na história, malandros pés de chinelo tentam assaltar o cofre de uma casa de penhores, entrando pelo apartamento ao lado. O bando é formado por um ex-boxeador, um ladrão aposentado cuja mulher cumpre pena, um fotógrafo trapalhão, um velhinho que só pensa em comer. O especialista em cofres é ninguém menos que Totò, caricatura do "professor" do filme de Huston. Monicelli mostra como tirar graça de situações aparentemente simples, através de diálogos primorosos e escritos com naturalidade. Neste, como em outros títulos da commedia all'italiana, os personagens falam com seus sotaques e dialetos de origem, compondo o quadro de uma Itália diversificada e contraditória, em que Norte e Sul se desprezam e se atraem. Em filmes cômicos como Os Eternos Desconhecidos fica explícita a raiz neorrealista que inspira o diretor. Será o caso também dos trabalhos de Germi presentes na caixa, partes de uma trilogia siciliana (faltou o último, Signore & Signori, 1965). Divórcio à Italiana (1961) traz o barão Fefé Cefalu (Mastroianni) entediado em seu casamento de 12 anos com Rosaura e apaixonado pela prima Angela (Stefania Sandrelli). Como não há divórcio na Itália, ele não vê melhor solução do que incitar a esposa ao adultério e assim poder matá-la com o atenuante da "defesa da honra". Mas, para isso, terá de tornar-se um cornuto, o que é um anátema na cultura machista da Sicília. Em Seduzida e Abandonada (1964), a questão é outra. A adolescente Agnese (Sandrelli, de novo) é seduzida por Peppino (Aldo Puglisi), noivo de sua irmã mais velha, e fica grávida. O pai, Vincenzo (Saro Urzì, estupendo) quer obrigar Peppino a se casar com Agnese, enquanto arruma um barão falido (Lando Buzanca) para confortar sua filha mais velha.

MAIS SOBRE CINEMA