Clint Eastwood tem mais uma atuação brilhante em Curvas da vida

Filme estreia nesta sexta-feira em Belo Horizonte

por Gracie Santos 23/11/2012 08:38

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Keith Bernstein/Divulgacao/WARNER BROS
(foto: Keith Bernstein/Divulgacao/WARNER BROS )
Você não entende nada de basebol? Não faz mal. Ainda assim, vai gostar de Curvas da vida. Mesmo que em alguns momentos fique sem entender bulhufas diante do jogo ou de placares imensos, com scores e pontuações estranhas. Não importa, o esporte é apenas cenário para “duas” histórias envolvendo o mesmo par: Gus Lobel (Clint Eastwood) e Mickey (Amy Adams). Veja mais fotos do filme Confira os horários das sessões Histórias paralelas que, como não poderia deixar de ser, cruzam-se com interferências diretas uma na outra, tornando-se, por fim, complementares. De um lado, a difícil relação familiar entre pai e filha, incrivelmente parecidos (lobos solitários). De outro, a dedicação exclusiva de ambos às suas profissões – são workaholics. Ele é olheiro de basebol, descobridor de novos talentos; ela (promissora) advogada, prestes a se tornar associada de uma grande empresa. Se ele está para se aposentar (ou pelo menos insinuam que deveria), ela está no auge da vida e da carreira, a ponto de conquistar status há muito sonhado e para o qual vem se preparando a vida toda. A trama resvala o dramalhão, só não se torna piegas porque, afinal, quem está frente às câmeras é ninguém menos que Clint. Ele tem equilíbrio suficiente para dosar a interpretação, e segura o apelo lugar-comum, até quando diz: “Sou um velho doente, por que não vai embora e me deixa?”. Noventa e nove vírgula nove por cento das pessoas que dissessem tal frase fariam a plateia se debulhar em lágrimas, comovendo-se com a dor do pobre ancião. Com Clint a frase se torna simplesmente: “Exijo respeito”. Ninguém melhor que o ator e diretor, do alto de seus 82 anos, para abordar as dificuldades de envelhecer num mundo em que “o sangue novo” é sempre valorizado em detrimento da experiência. Ele tem brilhante atuação em mais um de sua extensa lista de personagens duros, secos e, claro, apaixonados. Com Clint, o que poderia soar arrogante parece autoconfiante. O que poderia ser amargo torna-se necessário. O que poderia dar pena gera orgulho. Como Gus Lobel, ele avisa: deixe todos seus sentidos em alerta e ouça seu coração. Ainda que a estrada da vida se torne cada vez mais sinuosa, as curvas mais fechadas, as garagens menores e as derrapagens perigosas, estar ao volante valerá a pena. Desta vez, Clint optou por não ficar na frente e atrás das câmeras, o que vinha fazendo com frequência nos últimos anos. Chegou até a anunciar que deixaria a carreira de ator para se dedicar apenas à direção. Bom que tenha mudado de ideia. Curvas da vida marca a estreia de Robert Lorenz – produtor e colaborador de Clint, editor assistente de filmes como Menina de ouro e Sobre meninos e lobos – na direção. As interpretações de Amy Adams e Justin Timberlake, no papel de Johnny Flanagan, ex-arremessador, candidato a olheiro, não são mais que corretas. Em alguns casos, é difícil saber se deveriam ser realmente tão contidos. Eles são “vítimas” do talento de Clint ou seus personagens são apenas isso? Por mais que a história paralela dos dois interfira, de um modo ou de outro, no desfecho da trama, por mais que haja muito de previsível na história, Curvas da vida se torna um filme para Clint, para que tanto homem quanto ator mostrem que o importante é levar a vida por essa estrada sem volta com o que há de verdadeiro e intocável: a dignidade. Cotação: Bom Assista ao trailer do filme:


MAIS SOBRE CINEMA