Boa sorte, meu amor brinca com dualidade no Festival de Brasília

Longa pernambucano produzido em estratégia cooperativa trabalha relacionamento simples e nuances que derivam dele

por Vitória Maciel 20/09/2012 08:29

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.

Pedro Sotero/Divulgação
Boa sorte, meu amor explora opostos como som e silêncio (foto: Pedro Sotero/Divulgação )
 

A terceira noite das mostras competitivas do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro será difusa em temáticas e esquemas narrativos. O filme pernambucano que encerra a última sessão, marcada para as 21h desta quinta-feira, 20, trabalha polos opostos entre tradição e modernidade. Boa sorte, meu amor, de Daniel Aragão, fixa-se na relação nada simples entre Dirceu (Vinicius Zinn) e Maria (Christiana Ubach) e nas mudanças ocasionadas por esse encontro. O mundo de Dirceu e Maria é monocromático. Como se também a fotografia de Pedro Sotero operasse em contrastes. Ele descende da aristocracia latifundiária de Pernambuco e trabalha no ramo da demolição no Recife. Ela é uma pianista também de origem sertaneja, vivendo na cidade grande e em busca do sucesso. "A personagem precisava lidar com esse sonho de ser uma grande musicista em uma cidade que lida com valores arcaicos, onde o trabalho é visto de uma forma conservadora e o artista não é valorizado. O personagem masculino se relaciona com demolição, concreto, coisas palpáveis. É sobre duas pessoas que se encontram num certo lugar do passado, com alguma igualdade das relações sociais e lidam com a realidade de formas diferentes", equilibra Aragão. Realizado em colaboração com vários artistas cinematográficos de Pernambuco, Boa sorte... é um dos exemplos do sistema de produção feito no estado, onde muitos coletivos estão em atividade. "Deixamos a vaidade de lado para receber sugestões e críticas. Não sei como era com a geração de cineastas mais antigos, mas acredito que os processos eram mais fechados. É a formação de uma escola de certa forma", conclui Daniel Aragão, um dos diretores da nova geração de realizadores do Recife.

 

Assista a um teaser de Boa sorte, meu amor:



MAIS SOBRE CINEMA