Filme da indiana Mira Nair abre Festival de Veneza

18 títulos competem pelo Leão de Ouro na premiação que começa na quarta-feira, 29

por Agência Estado 28/08/2012 19:04

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Divulgação
Filme de Mira Nair abre exibições do festiva na quarta, 29 (foto: Divulgação)
Filme da indiana Mira Nair, O Fundamentalista Relutante abre nesta quarta-feira, 29, a 69ª edição do Festival de Veneza, o mais antigo evento do gênero no mundo. Hoje com o nome pomposo de Mostra Internazionale d’Arte Cinematográfica, o festival acontece desde 1932, no Lido, ilha a dez minutos em vaporetto da Piazza San Marco, a Veneza histórica, a dos cartões postais, com suas gôndolas, canais e ar romântico, hoje saturada de turistas. O livro que dá origem ao filme homônimo de Mira Nair, O Fundamentalista Relutante, de Mohsin Hamid, foi editado no Brasil em 2007, pela Alfaguara. O filme, de acordo com o novo diretor do evento, Alberto Barbera, "fornece muito alimento para reflexão sobre o mundo atual". De fato. O enredo fala de um paquistanês residente nos Estados Unidos e dono de carreira de sucesso em Wall Street, depois de se haver formado em Princeton. Isso tudo até que o atentado de 11 de setembro de 2001 o faz reatar laços que julgava rompidos com seu país. Veneza 2012 mudou com a nova direção, mas para o Brasil continua na mesma. Dirigido por Alberto Barbera, em substituição a Marco Müller, a seleção oficial do mais antigo festival do mundo não apresenta qualquer longa-metragem do País em suas diferentes sessões - o único representante nacional é o curta O Afinador. Em relação ao Brasil, Veneza desidratou-se mesmo em relação ao ano passado, que já não tinha qualquer representante na Mostra principal, mas apresentava pelo menos dois longas - Girimunho e Histórias Que Só Existem Quando Lembradas - em outras sessões. O festival, agora remodelado por Barbera, apresenta sua nova seleção. Primeira mudança: caem para 18 os títulos que competem na seção principal, Venezia 69, a que conduz ao cobiçado Leão de Ouro, a estatueta do leãozinho alado, símbolo da cidade dos Doges. Em anos recentes, essa mostra tinha 22 títulos, ou às vezes 23, porque Müller alimentava gosto por apresentar "filmes surpresa" ao longo do festival. Encurtou-se o principal e extinguiram-se sessões inteiras, como a Contracampo Italiano, repositório para os filmes da casa que não haviam encontrado espaço na mostra competitiva principal. Enxugou-se no número e não na qualidade dos filmes de prestígio que estarão no Lido a disputar os troféus. Diga-se o que se disser, a primeira coisa que olhamos num festival são os nomes conhecidos, os grandes diretores, as grifes autorais reconhecíveis. E, neste ano, Veneza pode se gabar de ter filmes de gente como Terrence Malick (To the Wonder), Marco Bellocchio (Bella Addormentata), Takeshi Kitano (Outrage Beyond), Olivier Assayas (Après Mai), Brian de Palma (Passion) e Paul Thomas Anderson (The Master). É um belo cartel, enriquecido ainda com queridinhos de festivais e da crítica como o filipino Brillante Mendoza (Thy Womb) e o coreano Kim Ki-Duk (Pietà). Festival também não se faz sem polêmica e a cota de Veneza 2012 pode ser preenchida por um concorrente da casa, Bella Addormentata, de Marco Bellocchio. Baseado numa história real, essa "bela adormecida" não é bem a da fábula dos irmãos Grimm sobre a princesa enfeitiçada que só despertaria com um beijo de amor verdadeiro. Baseia-se no caso, que comoveu a Itália, da jovem Eluana Englaro, que, após um acidente de carro, permaneceu em estado vegetativo irreversível, durante quase 20 anos, mantida em vida por aparelhos. O próprio pai solicitou a suspensão da alimentação artificial para que ela pudesse morrer em paz, mas a demanda foi inicialmente negada pela justiça italiana. O caso arrastou-se. Pode-se imaginar a polêmica travada em torno da eutanásia num país católico, que abriga em seu território o Estado do Vaticano. Confira a lista dos filmes que participam do Festival de Veneza: At Any Price (R. Bahrani/ EUA) Bella Addormentata (Marco Bellocchio/ Itália) Betrayal (Kirill Serebrennikov/ Rússia) È Stato Il Figlio (Daniele Ciprì/ Itália) Fill The Void (Rama Burshtein/ Israel) La Cinquième Saison (Peter Brosens e Jessica Woodworth/ Bélgica) Linhas De Wellington (Valeria Sarmiento/ Portugal) Outrage Beyond (Takeshi Kitano/ Japão) Paradise: Faith (Ulrich Seidl/ Áustria) Passion (Brian De Palma/ França-Alemanha) Pieta (Kim Ki-Duk/ Coreia) Après Mai (O. Assayas/ França) Spring Breakers (Harmony Korine/ EUA) Superstar (Xavier Giannoli/ França) Thy Womb (Brillante Mendoza/ Filipinas) To The Wonder (Terrence Malick/ EUA) Un Giorno Speciale (Francesca Comencini/ Itália) The Master (Paul Thomas Anderson/ EUA)

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