Festival traz a BH filmes que representam a produção francesa de nossos tempos

Belas Artes recebe sessões de longas como Intocáveis, sucesso de crítica e público na Europa

por Carolina Braga 17/08/2012 09:32

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Yannick Rolandeau/Divulgação
Os atores François Cluzet e Omar Sy imprimem o espírito de parceria na tela em Intocáveis (foto: Yannick Rolandeau/Divulgação)
 
Realizado simultaneamente em 32 cidades brasileiras, o Festival Varilux faz do Usiminas Belas Artes sua sede até o dia 23. Neste primeiro fim de semana, estão previstas 14 sessões de longas-metragens que representam a produção contemporânea da França. Característica do festival é a mistura de gêneros. Fazem parte da programação, desde comédias a thrillers. 

E agora, aonde vamos?, escolhido para a abertura desta sexta-feira, 17, é a nova produção da diretora franco-libanesa Nadine Labaki, conhecida no Brasil pelo divertido Caramelo (2007). Também integram a programação longas como Adeus Berthe ou O enterro da vovó, de Bruno Podalydes, e O barco da esperança, de Moussa Touré, exibido na última edição do Festival de Cannes. No quesito popularidade, destaque para Intocáveis, um dos filmes mais vistos na história do cinema francês – levou aos cinemas mais de 20 milhões de pessoas.

Um dos destaques da programação do Festival Varilux 2012, Intocáveis, dirigido pela dupla Olivier Nakache e Eric Toledano, chega ao Brasil consagrado em seu país natal. Há notícias de filas e mais filas nas portas dos cinemas de Paris de espectadores ávidos para ver o que se passa entre o multimilionário Philippe (François Cluzet) e Driss (Omar Sy). Não se trata de romance, embora o amor seja ingrediente. 

Superação
Intocáveis fala, basicamente, sobre a força da amizade e como certas relações desse status são tão intensas tanto quanto improváveis. Philippe é tetraplégico e, à procura de um enfermeiro, seleciona o imigrante africano Driss para a tarefa. Em um primeiro momento, há uma crítica ao sistema protecionista de trabalho vigente na Europa. Porém, a relação entre patrão e empregado fica tão rica, que a observação social ocupa segundo plano, embora esteja presente. Ponto para a dupla de protagonistas. 

François Cluzet e Omar Sy conseguiram imprimir na tela o espírito da parceria. Vale observar a leveza com que os atores construíram seus personagens, apesar da dura realidade que ambos enfrentam. Como Driss, Omar Sy foi o vencedor do César (considerado o Oscar Francês) de melhor atuação, desbancando o incensado Jean Dujardin, de O artista. 

O maior mérito dos diretores foi fugir do melodrama, apesar de contar uma história pesada. Grosso modo, Intocáveis mostra as dificuldades que cercam a adaptação de um tetraplégico ao cotidiano. Não apenas nas coisas básicas da vida – comer, andar, escrever, por exemplo –, mas principalmente, na carga emocional que a aceitação da nova realidade implica. 

Não se trata de uma fórmula inédita no cinema. Já pensou em quantos filmes sobre superação já vimos na telona? Mas a maneira bem-humorada como os diretores conduzem a narrativa de Intocáveis é capaz de conquistar o espectador, ao mesmo tempo em que provoca reflexão. Entre Philippe e Driss não há julgamentos, há um respeito profundo do modo de ser de cada um. Afinal, nas amizades não deveria ser sempre assim?
 
FESTIVAL VARILUX

>> Sexta-feira, 17 de agosto
14h50 – E agora, aonde vamos?
17h10 – O Barco da Esperança
19h – Polissia
21h30 – Adeus Berthe ou O enterro da vovó

>> Sábado, 18 de agosto
13h30 – Titeuf
15h – A filha do pai
17h – A vida vai melhorar
19h10 – Um evento feliz
21h20 – Intocáveis

>> Domingo, 19 de agosto
13h30 – Titeuf
15h – Paris-Manhanttan
16h40 – Aqui embaixo
18h40 – My way, o mito além da música
21h30 – E agora, aonde vamos?

Local: Sala 1 do Usiminas Belas Artes Cinema, Rua Gonçalves Dias, 1.581, Lourdes, (31) 3252-7232. Entrada franca. 


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