Carnaval de BH continua neste domingo e já é o mais longo da história da capital

Agenda da folia tem programação para a semana que vem, com bloco que vai homenagear Rita Lee

por Flávia Ayer 05/03/2017 07:44
Leandro Couri/EM/D.A Press
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Em uma de suas composições, a extinta banda Los Hermanos cantava que “todo carnaval tem seu fim”. Pois a folia em Belo Horizonte está nas ruas para tentar provar o contrário. Com purpurina impregnada na alma, foliões seguem cantando, tocando, dançando, bebendo e festejando. Até então, o Vira o Santo marcava o encerramento da folia na capital mineira. Mas o entusiasmo em torno do carnaval é tanto que a programação já abraçou o domingo pós-carnaval.

A turma que ajudou a produzir o carnaval agora também vai foliar, no É Isso Mesmo Produção?. O bloco tem saída prevista para as 11h, na Rua Sapucaí, também no Bairro Floresta. Ontem, quatro dias depois do encerramento oficial da festa, o encontro de blocos Vira o Santo, na Praça da Estação, mostrou que BH não quer se despedir do confete e da serpentina, e voltou a reunir mais de 20 blocos. E hoje tem mais, com pelo menos dois desfiles.

Ao meio-dia, haverá a concentração do bloco ZiriGGYdum Stardust, em homenagem ao astro David Bowie, em frente à Escola Estadual Barão de Macaúbas, no Bairro Floresta, Região Leste.

E há quem já anuncie que a programação se estende pelo próximo fim de semana. “Sábado que vem também tem bloco. Vai ter um que só toca Rita Lee”, conta Rafael Assis, de 26 anos, dedicado à extenuante atividade de folião desde a quarta-feira anterior ao feriado. “Meu carnaval não tem fim, não”, decreta. A estudante Clara Tannure, de 22, reforça que a festa continua o ano inteiro. “Só o oficial terminou”, diz a foliã, que lembra o início dos ensaios para 2018. “Em abril já começa a Roda de Timbau”.

VIRADA Ontem, havia festa desde cedo. Blocos começaram a concentrar por volta das 12h nas proximidades da Praça da Estação. De cada canto surgia um cortejo, até que, às 16h, eles se tornaram um só bloco, o Vira o Santo, formado pela união de todos os grupos, com centenas de foliões. Destaque para a presença em peso de pessoas que, ao longo dos dias oficiais do reinado de Momo, estavam envolvidas com a bateria e a produção dos blocos.

No Vira o Santo, foi a hora de quem leva o carnaval a sério curtir. “Hoje estou de folião”, brinca o músico e pesquisador Rafael José, de 31, que toca no Juventude Bronzeada, no Garotas Solteiras e na Roda de Timbau. Além do Juventude, marcaram presença blocos como Sagrada Profana, Bruta Flor, Pega que Sara, Filhos de Tcha Tcha, Manjerição, Toca Raul, Então, Brilha! e Coco da Gente.

Esta acaba sendo também hora de fazer um balanço da folia oficial. “O Pisa na Fulô foi o melhor. Fui também no Ladeira Abaixo, Tico Tico, Unidos do Barro Preto, Peixoto, Manjericão...”, enumerou Nayara Cunha, de 31. Já Augusto Borges, do Mamá na Vaca, acredita que a política foi a marca do carnaval deste ano. “Este será lembrado como o carnaval do ‘Fora, Temer’”, comenta Borges, em referência às manifestações contrárias ao presidente Michel Temer (PMDB) em diversos desfiles.

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