Bloco Que Mario? improvisa no desfile após enfrentar problemas

Problema na bateria fez com que organizadores procurar pessoas na Praça da Liberdade para tocar os instrumentos desfalcados

Matheus Prado/EM/D.A Press
Fã do game, Renato arrastou os pais, Luciane e Rômulo, para o bloco (foto: Matheus Prado/EM/D.A Press )

Em jogos de videogame, a dificuldade costuma ir aumentando progressivamente a cada fase. No carnaval, não é bem assim. O bloco estreante Que Mario?, que homenageia o famoso game da Nintendo, teve muitas dificuldades para colocar seu desfile na rua. Marcado para as 13h de ontem na Praça da Liberdade, reuniu centenas de nerds fantasiados de seus personagens favoritos. Porém, devido a um problema com a bateria, que não conseguiu chegar a tempo, o bloco ficou bastante desfalcado e correndo risco de não acontecer. Foliões aguardavam na praça sem saber o que aconteceria.

Com esse problema nas mãos, Darllan Dollinger, um dos organizadores do bloco, resolveu a questão de forma inusitada. Como um herói de jogo que ganha um poder especial nas fases mais difíceis, ele começou a procurar pessoas na praça para tocar os instrumentos desfalcados. Albert Paixão, 27 anos, foi um dos que apareceram na hora certa para ajudar. Com um pandeiro na mão e fazendo um ensaio improvisado ele disse: “Estou aqui para ajudar a galera do bloco, gostei da disposição deles”. Assim foi se formando um grupo de músicos, que se conhecia naquele momento.

Aos trancos e barrancos, gastando todas as suas vidas no jogo, o bloco desceu a Avenida João Pinheiro às 16h em direção à Afonso Pena. O que se viu foi muita alegria, disposição e improviso. Os instrumentos, insuficientes para fazer o barulho necessário, eram acompanhados pelos gritos dos foliões. Renato Gomes, 12 anos, arrastou seus pais Luciane e Rômulo para o bloco. A família, uma das muitas que seguiram o desfile, se divertia com as fantasias irreverentes dos outros foliões.

União dos nerds Antes da folia, membros dos blocos Que Mário?, Unidos da Estrela da Morte e a orquestra Multiplayer se uniram para fortalecer a folia dos nerds. O plano inicial, devido ao pedido do público, era que os blocos se encontrassem na Afonso Pena, no final dos cortejos. Na prática, as estratégias dos jogadores para zerar o jogo do carnaval não deram muito certo, mas o aprendizado foi importante. Darllan argumenta: “Não esperávamos tanta gente e tivemos alguns imprevistos, é nosso primeiro ano na rua”.

Pedro Theodoro, estudante de música, comemora a onda nerd que vem ocupando a cidade. “Nós também queremos curtir, essa quebra de esteriótipo é muito importante.” Para ele, o fato de uma pessoa gostar de jogos, não impede que ela também queira se divertir fora de casa. O Que Mário?, com a ajuda de simpatizantes, mostrou que isso pode acontecer.

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