Performance do Homem-Aranha em Olinda esteve ameaçada de não ocorrer

Tradição do domingo de festa em Olinda, performance no Enquanto Isso na Sala da Justiça quase foi impedida por ação judicial

por Estado de Minas 16/02/2015 06:00
Paulo Paiva/DP/DA Press
Liminar judicial garantiu a apresentação do artista Jall de Oliveira, que encarnou o super-herói e desceu pendurado por cordas do Alto da Sé (foto: Paulo Paiva/DP/DA Press)

Olinda –
Vinte e um anos de superfoliões nas ladeiras de Olinda. O Enquanto Isso na Sala da Justiça coloriu o Alto da Sé com suas fantasias supercriativas de heróis e vilões da ficção. Para alegria da multidão que se reuniu para a saída do tradicional bloco pernambucano, o Homem-Aranha desceu duas vezes da caixa d’água. A performance, que estava ameaçada de não ocorrer por uma ação judicial, foi garantida de última hora por uma liminar.

O público começou a chegar ao Sala da Justiça por volta das 10h. Às 11h30, a Sé estava completamente lotada, com muito foliões vestidos de Capitão América, Batman, Lanterna Verde, Hulk e uma infinidade de outros personagens. “Atenção, Capitão América, favor comparecer ao ringue para levar uma pisa! Wolverine, venha cá fazer as unhas!”. As provocações vinham de um ringue montado na praça por um grupo de cinco pessoas com roupas de atleta de luta livre. “A gente fica aqui tirando onda com os super-heróis, quando eles passam a gente chama pro desafio”, diz El Tonelada, um dos organizadores da luta. Capitão América e Wolverine aceitaram o desafio, mas a bagunça foi tão grande que a luta não teve vencedores nem vencidos.

PARA A FAMÍLIA A médica Renata Cremaschi, de 41 anos, foi com o marido, o engenheiro Flávio, de 49, e os filhos Flávio e Tiago, de 9 e 6 anos. Ela é pernambucana e o restante da família é paulista. “Todo ano brincamos no Sala da Justiça porque é um bloco bom para as crianças. Tem super-heróis e sai cedo”, comentou. Mas não só o Aranha deu o tom do desfile da agremiação. O administrador Renan Liberal, de 50, decidiu defender o meio ambiente e foi vestido de calango. “A sustentabilidade é o futuro, mas ela não está acontecendo”, escreveu.

Por volta das 12h (hora local), o Homem-Aranha fez a primeira encenação. Neste ano, a performance relembrou a primeira edição do evento, quando houve uma luta no alto contra Venon, arqui-inimigo do herói. “Treinamos o ano inteiro técnicas de rapel. Para ter mais mobilidade, a descida foi só com uma corda de apoio”, detalhou Jall de Oliveira, que dá vida ao personagem. Cerca de meia hora depois ele voltou a descer, para delírio da multidão, sobretudo das crianças.

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A Mulher-Gato e outros personagens ganharam as ruas da cidade pernambucana (foto: Paulo Paiva/DP/DA Press)

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