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De rosto azul e turbante, a estudante Ariane Ribeiro, de 23 anos, foi curtir ontem a ressaca de carnaval na Praça da Estação. Ela contou que saiu todos os dias em blocos de rua e tocou no Então, Brilha! que arrastou uma multidão no sábado. “O carnaval foi emocionante”, exclamou. Ariane já está se preparando para a festa do ano que vem. “Vale a pena ficar em BH para curtir a cidade”, disse. Integrante do bloco Unidos do Samba Queixinho, que saiu no domingo, a geóloga Denise Chiodi, de 63, também não se intimidou com a chuva e foi se encontrar com os outros foliões na praça. “O carnaval de Belo Horizonte não pode perder essa caracterísca dos blocos de rua”, defendeu.
No Prado, a tempestade atrasou a saída dos blocos, marcada para as 12h. Os foliões se espalharam debaixo de marquises da Rua Platina para esperar a banda passar. Apesar da espera, o clima era de animação. O carnaval foi tão bom, segundo o estudante Pedro Gregório, de 22, que ele enfrentou a tempestade para curtir mais festa ontem. “Há grandes chances de eu ficar em Belo Horizonte no ano que vem. O carnaval foi animado e sem confusão, só faltaram mais banheiros.”
QUEIXAS
Banheiros químicos, segurança e proteção ao patrimônio público foram as principais reclamações de quem caiu na folia, dos músicos que comandaram a festa, e da própria prefeitura. Foram pelo menos 170 blocos a arrastar multidões, segundo levantamento da Belotur. Desses, 150 estavam cadastrados. Alguns tiveram cerca de 30 mil foliões, como o Baianas Ozadas, que desfilou na segunda-feira. Houve ainda 14 palcos espalhados pela cidade. O presidente da Belotur, Mauro Werkema, estima que o número de foliões se aproximou do esperado: 1 milhão. Ao fazer o balanço da festa, na quarta-feira, ele defendeu uma legislação para preservar bairros tradicionais durante o carnaval.
DIA DA MULHER E DE PROTESTOS
Representantes de entidades e movimentos femininos e feministas fizeram manifestações ontem pelas ruas e avenidas do Centro de Belo Horizonte, pelo Dia Internacional da Mulher. Dois grupos se mobilizaram, protestando pelo fim da violência e mortes das vítimas, e cobrando o direito a cidadania, educação, saúde e moradia. Um dos grupos, com mais de mil pessoas, saiu da Praça Afono Arinos, sentido Avenida Afonso Pena. O outro, com cerca de 500 manifestantes, se concentrou na Praça da Estação, caminhando depois no sentido a Praça Sete, Avenida Afonso Pena, Rua Guajajaras, Avenida João Pinheiro, com destino à Praça da Liberdade, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul da cidade. Na Praça da Liberdade, eles pintaram o relógio da Copa com a frase: “Não vai ter Copa”, e colaram panfletos com frases de protesto: “Lutar não é crime. Nós, mulheres, resistimos e lutamos. Feminismo ocupa a cidade”. As manifestações causaram congestionamentos nas principais vias da área central.